Delegados de Polícia entregam carta a Sartori com críticas ao atraso dos salários

ASDEP pede que Sartori assuma a autoridade de Governador e não permita o que chamam de “escárnio contra a categoria", deixando de pagar os servidores para repassar os duodécimos

Palácio Piratini. Foto: Leandro Osório / Palácio Piratini / CP

A Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (ASDEP/RS) entregará na manhã desta quarta-feira uma carta ao governador José Ivo Sartori (MDB) contra o atraso nos salários dos servidores públicos vinculados ao Poder Executivo. Nesta semana, a Secretaria Estadual da Fazenda confirmou que existe a possibilidade da quitação dos salários de outubro apenas após o dia 10 de dezembro, ou seja, marcando o atraso de duas folhas.

Na Carta, a ASDEP pede que Sartori assuma “a sua autoridade de Governador do Estado” e não permita o que chamam de “escárnio contra a categoria, deixando de pagar os servidores para fazer o repasse dos chamados duodécimos”. A Associação diz ainda que caso Sartori escolha a opção dos duodécimos ao invés da dos salários estará agindo de “maneira historicamente injusta”.

Segundo o presidente da ASDEP, Cleiton de Freitas, não é aceitável que os delegados de Polícia tenham dois meses de salário atrasados, sendo que a segurança pública e as operações da Polícia Civil são as maiores propagandas do governo. “Inclusive ontem, quando nós recebemos a notícia de que seria pago o duodécimo e os dois meses de salários atrasados não seriam pagos, apenas após o dia 10, a Polícia Civil estava em uma operação no interior e nas cidades contra o abigeato. E hoje, se não me engano, tem outra operação. Então, a Polícia Civil não para um minuto, dando inclusive mídia a esse governo”, avaliou o delegado.

O presidente da Associação falou, ainda, da falta de sensibilidade dos outros Poderes (Legislativo e Judiciário) com os servidores vinculados ao Executivo. Ele criticou, inclusive, o projeto que tramita na Assembleia Legislativa que pode conceder reajuste de 5,58% aos servidores do Tribunal de Contas, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e Assembleia Legislativa. “Não é justo isso, porque a arrecadação é uma e o Estado é um. Há projeto de aumento de salários [para uns] e a maioria dos servidores não. Então, é um desrespeito”, afirmou Freitas.

Leia a carta na íntegra: