Os servidores públicos vinculados ao Poder Executivo estadual devem ter a primeira parcela do salário de novembro paga apenas após o dia 10 de dezembro. A situação é semelhante à que aconteceu com a folha anterior, que teve a primeira parcela de R$ 1,3 mil paga no dia 12 de novembro.
O atraso para a quitação integral dos salários já é recorde. A apenas três dias da data oficial para o pagamento da próxima folha, o Poder Executivo ainda não integralizou a folha anterior. Faltam R$ 210 milhões para concluir os vencimentos de quem ganha mais de R$ 10 mil mensais líquidos e a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) não descarta a possibilidade de pagar os salários de outubro apenas em dezembro.
Segundo a Sefaz, a Pasta está fazendo todo o esforço para começar a pagar os salários antes dessa data, mas a possibilidade existe. A folha líquida de novembro deve fechar em torno de R$ 1,2 bilhão, isso sem considerar as consignações e tributos.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Tributária do Estado (Sindifisco-RS), Celso Malhani de Souza, o Rio Grande do Sul sofre com a crise financeira há anos e o governo está fazendo escolhas para solucionar a crise fiscal. “Os servidores estão evidentemente apertados e oprimidos pela não chegada do sustento das suas famílias. Mas o governo está fazendo as suas escolhas. Nós temos a esperança em uma nova situação que vai se criar. Nós insistimos que um trabalho forte na receita fiscal poderá contribuir com a mudança dessa situação e esperamos que o novo governo reforme as suas escolhas”, avaliou o presidente do Sindifisco-RS.
Uma das categorias mais afetadas pelo atraso no parcelamento dos salários é a dos professores da rede pública estadual, que tem mais de 40 mil trabalhadores. Para a presidente do Cpers-Sindicato, Helenir Schürer, a categoria está bastante enfraquecida com a atual gestão do Piratini. Ela afirma que o Sindicato vem acompanhando a arrecadação do ICMS por parte do governo, que vem crescendo desde julho e diz não entender o motivo do atraso no pagamento, já que há aumento de arrecadação. “Infelizmente, nós vamos passar um final de ano em profunda tristeza, sem dinheiro e com o 13º tendo que pedir empréstimo no Banrisul. É o caos e eu não posso negar que a categoria está contando os dias para esse governo terminar”, desabafou Schürer.