Com participação gaúcha, MBL forma bancada no Congresso e estuda criar novo partido

Goergen reconhece que formatação de nova legenda pode trazer mais coerência a discurso de parlamentares filiados a siglas envolvidas em corrupção

Jerônimo Goergen. Foto: Divulgação

Com a presença de um gaúcho, o Movimento Brasil Livre (MBL) projeta consolidar uma bancada inédita no Congresso Nacional a fim de reforçar a defesa do liberalismo econômico e o conservadorismo nos costumes. Reeleito, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) adiantou hoje que a frente estuda, inclusive, criar um novo partido para abrigar políticos da nova direita.

“Assim como uma frente parlamentar, nós vamos criar a bancada do MBL, que já está constituída e que ampliaremos, em cima de uma linha de pensamento. Além disso, não está descartada a possibilidade do MBL gerar um novo partido”, disse Goergen.

Atualmente, a bancada é composta pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (PROS-CE) e pelos deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP), Zé Mário (DEM-GO), Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) e Goergen.

O progressista gaúcho recorda que os laços dele foram estreitados com o MBL ainda antes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Contudo, Goergen considera que a falta de postura dos partidos ideologicamente tachados de direita abriu flanco para novas legendas defenderem pensamentos de cunho liberal.

Além disso, ele avalia que a criação de uma nova sigla, com diretrizes definidas pelo MBL, pode trazer maior coerência de discurso para os integrantes do grupo, que se elegeram por meio de partidos também envolvidos em esquemas de corrupção. “Se os nossos pensamentos lá no DEM e no próprio Progressistas não têm como eclodir ou tomar conta, é natural que alguém venha a ocupar esse espaço”, afirmou Goergen.

As novas metas foram traçadas, nesse final de semana, durante o 4° Congresso Nacional do MBL, em São Paulo. Caso haja a criação de um partido, Goergen estima que postulantes a prefeituras municipais em 2020 possam procurar abrigo nele.

Com número crescente de parlamentares eleitos, PSL e Novo estão fora do radar de adesão à bancada do MBL, segundo o deputado gaúcho. De acordo com Goergen, o partido de Jair Bolsonaro ainda zela pela atuação de determinadas estatais e o outro mostra-se resistente a aderir a alianças com outras agremiações.