Em Porto Alegre, Mourão fala em ser “escudo e a espada” de Bolsonaro

De acordo com futuro vice-presidente, é necessário um posto que coordene os ministros

Crédito: Felipe Nogs / Agência Preview

O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou, nesta sexta-feira, que deseja ser o “escudo e a espada” de Jair Bolsonaro durante o governo. Em evento na Capital, para um grupo de convidados, o militar detalhou qual deve ser a função dele no governo.

“Ministro não controla ministro. Ambos estão no mesmo nível. É necessário alguém que, hierarquicamente, seja responsável por isso. Ele (Bolsonaro) tem me dado a liberdade de manobra para montar uma nova estrutura capaz de justamente fazer a coordenação e controle daquilo que serão as principais atividades do governo”, explicou, complementando que ‘tem caminhado com bastante trato para não ferir a sensibilidade” e “de modo que todos tenham o seu espaço no governo”.

“Minha ideia sempre é facilitar o trabalho dele. Não pode cair tudo nas costas do presidente. Filtrar. Coordenar o que pode ser coordenado. Defender o presidente daquilo que precisa ser defendido. Quero ser o escudo e a espada dele”, disse.

Ainda sobre a estrutura, Mourão citou a dificuldade do processo de redução dos ministérios. “Não é fácil recompor. Tem que ter muito cuidado para não transformar ou criar um frankenstein”, disse, citando que as pressões são enormes para a indicação dos nomes. Nessa redução, destacou que a estrutura da vice-presidência, hoje com 120 cargos, deve ficar com 50.

Na presença dos deputados eleitos Marcel van Hattem (federal) e Tenente Luciano Zucco (estadual), o comandante ressaltou a importância do Legislativo no governo, exemplificada em uma ‘relação estreita’, com enfase à elaboração do Orçamento. “Não podemos apenas entregar um orçamento engessado”, destacou. Nesse mesmo aspecto, citou que cabe ao Congresso a mudança da legislação penal.

O futuro vice-presidente falou sobre as relações exteriores, em que enalteceu a aproximação com os Estados Unidos e, ao mesmo tempo, em manter relações com outros países, como a China. Destacou ainda a existência de 25 projetos para destravar o custo Brasil e defendeu a simplificação tributária, citando que o economista Marcos Cintra deve assumir cargo como secretário tributário.

Mourão não poupou ainda críticas à administração anterior, ao falar sobre a democracia. “Todos temos a convicção de que a maioria desses atos não foram nada republicanos, desvios de toda a ordem, incompetência, uma péssima gestão, que nos levaram para uma situação difícil”, disse. Depois, defendeu a pacificação das relações políticas, após o fim da campanha.

Por fim, arrancou risadas e aplausos do público em alguns momentos, como quando contou como conheceu Bolsonaro, usando o trecho da música Whisky à go-go, que “foi numa festa, gelo e cuba-libre e na vitrola wshisky a go-go”.