Opas: médicos cubanos deixarão o País até 12 de dezembro

Nos próximos três dias, de quinta a sábado, cinco voos partirão com destino à capital cubana, Havana

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil / CP

Profissionais cubanos que eram ligados ao programa Mais Médicos começarão a deixar o Brasil nesta quinta-feira. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), responsável pela intermediação do convênio entre Brasil e Cuba, também estimou hoje que o processo de saída dos mais de 8 mil médicos contratados no âmbito do convênio dure até o dia 12 de dezembro.

Nos próximos três dias, de quinta a sábado, cinco voos partirão com destino à capital cubana, Havana. Os profissionais já começaram a se deslocar em direção às cidades de onde sairão só voos para Cuba.

O retorno ocorre por decisão do governo cubano, que chamou de volta os profissionais por desacordo com condições impostas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para que os médicos permaneçam no programa, entre elas a realização do exame de revalidação de diplomas para reconhecimento no país (Revalida) e a não retenção de parte da remuneração dos médicos pela administração cubana.

O presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, por meio de uma rede social, defendeu os profissionais. Em nota, o Ministério da Saúde cubano afirmou que as exigências contrariaram as condições acordadas no convênio com a Opas.

Dois dias após a decisão, o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que as novas exigências foram definidas para proteger os médicos de más condições de trabalho, por razões que classificou como “humanitárias”.

Substituição
Hoje começaram as inscrições para repor as vagas abertas com a saída dos médicos de Cuba. Os interessados em ocupar vagas abertas terão até o dia 25, próximo domingo, para se habilitar. Podem pleitear o posto profissionais com registro nos conselhos de medicina ou com diploma na atividade validado no país.

Os candidatos poderão escolher as cidades onde querem trabalhar. A medida que forem sendo preenchidas, as vagas serão retiradas do sistema. Os inscritos terão que se apresentar no local selecionado a partir do dia 3 de dezembro para homologar a contratação e iniciar a função. Caso as vagas não sejam preenchidas, o governo abre novo edital, no dia 27 de novembro, para buscar outros profissionais, dessa vez estrangeiros ou brasileiros formados no exterior.