O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, anunciou à imprensa, na tarde desta quarta-feira, a suspensão de consultas e cirurgias eletivas (não-urgentes) no Hospital Centenário, a partir de amanhã. De acordo com ele, a medida decorre da saída de 13 cubanos ligados ao programa Mais Médicos e do atraso, estimado em R$ 8 milhões, de repasses pelo governo estadual.
“A medida é drástica, porém necessária, pois precisamos reservar os insumos para garantir o atendimento aos pacientes graves e com risco de morte”, explicou o prefeito. “Vamos priorizar os mais vulneráveis, nos esforçaremos para manter os serviços nas áreas de pediatria, na atenção com as crianças”, completou. De acordo com Vanazzi, o atendimento nas unidades de Pediatria, UTI Neonatal, Centro Obstétrico maternidade segue mantido.
O prefeito estima a suspensão de 170 cirurgias e 290 consultas por mês, enquanto a restrição durar. Vanazzi também acrescentou que alguns postos de saúde precisarão fechar ao público, já que ainda não há médicos que possam substituir os cubanos, que começaram a deixar a cidade. Com isso, aproximadamente 40 mil pessoas podem ficar sem atendimento.
Conforme Vanazzi, não há como substituir os cubanos com orçamento próprio devido a uma restrição legal. “São Leopoldo, por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal , não está em condições de contratar mais servidores”, assegurou. Ele também enfatizou a falta de estoques na Farmácia Popular, que depende de um montante de R$ 300 mil em atraso, destinado à compra de medicamentos e repassado mensalmente pelo governo estadual.
Outras instituições hospitalares da região Metropolitana de Porto Alegre já haviam anunciado restrição em atendimentos, desde o início da semana. O Hospital Getúlio Vargas, de Sapucaia do Sul, teve os serviços eletivos interrompidos, a partir de hoje, por tempo indeterminado, como cirurgias e exames de imagem.
Em Canoas, os hospitais Universitário, Pronto Socorro e Nossa Senhora das Graças deixaram de realizar procedimentos como consultas, exames e serviços de ambulatório, ainda na segunda-feira.
Em ambos os casos, o motivo é a falta de repasse de recursos por parte do governo estadual. A Secretaria da Saúde reconhece as dívidas, mas não dá um prazo exato para regularizar os repasses. A prioridade, no momento, é o pagamento da folha de outubro do funcionalismo.