O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, afirmou, na manhã desta quarta-feira, que todos os ministros do futuro governo serão anunciados até o final do mês. O objetivo é que eles possam assumir os trabalhos o quanto antes para definir um planejamento de medidas e projetos antes do Natal. “Temos que estar com o governo montado ali pelo dia 15, 20 de dezembro”, declarou.
O número de pastas, no entanto, ainda não está definido. Segundo Lorenzoni, a tarefa de diminuir a estrutura ministerial, como deseja o presidente eleito Jair Bolsonaro, “não é fácil”. “Vai haver todo um remanejamento (dos ministérios) e é complexo. Leva tempo para organizar”, justificou.
Segundo o ministro, a redução da máquina pública enfrenta resistência de diversos setores e até mesmo de fora do país. Ele citou como exemplo a polêmica declaração que fez com críticas à Noruega sobre preservação de florestas. Lorenzoni disse também que é preciso cumprir o cronograma de trabalho da transição, que é como “trocar pneu com o carro em movimento”. “Temos que correr contra o tempo e agora com certeza vai aumentar a nossa carga de trabalho”, afirmou.
Lorenzoni conversou com a imprensa após reunião com a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em seu apartamento funcional em Brasília, que fica no mesmo bloco do imóvel usado pelo presidente eleito. Seguindo a proposta de enxugar a estrutura das pastas, o ministro disse que Tereza Cristina e sua equipe montaram um novo desenho para o Ministério da Agricultura, que será apresentada também em reunião que acontece nesta manhã com os ministros já anunciados pelo futuro governo.
Sobre o fato do seu partido, o DEM, possuir três das dez indicações para ministérios até agora, Lorenzoni disse que foi coincidência e que, no caso do Luiz Henrique Mandetta, indicado para a Saúde, ele não terá mais mandato no próximo ano e será um mero filiado da legenda.
“Não tem essa conotação que alguns querem dar de que há articulação para privilegiar o DEM”, rebateu. Ao ser questionado por jornalistas, o ministro também disse que é mais provável que Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) fique com a Justiça do que com a Economia.