Homem é condenado a 28 anos de prisão por matar a mãe e concretar o corpo em Porto Alegre

motivo do crime, segundo a denúncia do Ministério Público, era o seguro de vida deixado pelo pai.

Fotos: Bruna Faraco

Foi condenado a 28 anos de prisão o publicitário Ricardo Jardim, de 59, acusado de matar e concretar a própria mãe dentro de um armário, em Porto Alegre. A vítima, Vilma Jardim, tinha 74 anos na ocasião dos crimes. O júri popular se iniciou às 9h30min desta segunda-feira, presidido pela juíza Karen Luise Vilanova Batista de Souza Pinheiro.

A pena estabelecida soma 27 anos de reclusão, em regime inicial fechado, pelo crime de homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e meio cruel). O acréscimo de um ano de detenção é consequência da ocultação de cadáver e posse de arma. O réu não vai poder apelar em liberdade. Desde de 2015, ele é mantido no Presídio Central, em Porto Alegre.

O réu disse que a mãe parecia fora de si após uma discussão e a acusou de ter envenenado o pai, meses antes. Segundo Jardim, ela foi até a cozinha, pegou um faca e retornou à sala, desferindo golpes contra o próprio corpo.

De acordo com o Tribunal de Justiça, o laudo atestou 13 golpes, dos quais o acusado confessou três. O homem disse ainda que deixou, em choque, o apartamento e que retornou dias depois para esconder o corpo. Ele confessou ter utilizado cimento, lona, plástico, fita, pé de cabra, chave de fenda e borra de café para disfarçar o cheiro. O réu assumiu ainda ter mandado fazer um armário sob medida para colocar o cadáver e enviado um e-mail com informações falsas à polícia.

Seguro

O motivo do crime, segundo a denúncia do Ministério Público, era o seguro de vida deixado pelo pai. Ele confirmou a existência do benefício, que havia ficado somente no nome da mãe.

Relatos de vizinhos dão conta de que o comportamento do publicitário mudou após o desaparecimento da idosa. Apesar de não trabalhar, ele começou a adquirir bens. Detido por porte ilegal de arma, Ricardo Jardim confessou, na delegacia, ter matado a facadas a mãe após uma discussão por conta de dinheiro. O pai dele havia morrido em dezembro de 2014 e deixou uma herança de cerca de R$ 400 mil em apólices de seguro.

Após o assassinato, Jardim deixou o corpo da mãe embaixo da cama por uma semana. Depois, comprou um armário sob medida onde colocou o corpo, enrolado em cobertor, lona plástica e fita adesiva, concretando-o em seguida dentro do móvel. Para tentar disfarçar o cheiro espalhou borra de café pelos cômodos da moradia.