Onyx Lorenzoni ataca jornal e desmente caixa 2

Ministro Extraordinário do governo reagiu à reportagem segundo a qual ele recebeu supostos R$ 100 mil a mais de caixa 2 do grupo JBS

O ministro Extraordinário do governo de transição de Jair Bolsonaro (PSL), Onyx Lorenzoni, reagiu à reportagem publicada hoje pela Folha de S.Paulo que cita o depoimento de delatores do grupo J&F, controlador da marca JBS, à Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo esses executivos, Onyx recebeu supostos R$ 100 mil em caixa 2 (não declarados à Justiça Eleitoral), em 2012, da JBS. Em maio do ano passado, o deputado gaúcho admitiu ter recebido esse mesmo valor, mas em 2014, e pediu desculpas aos eleitores. “Jair Bolsonaro, Sérgio Moro e Onyx Lorenzoni são combatentes contra a corrupção, não me incluam nessa lama petista”, disse Lorenzoni. As declarações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Ao chegar ao CCBB, onde funciona o governo de transição, ele se pronunciou demonstrando irritação. Ele afirmou que recebeu “molotovs” (bomba caseira) dos adversários petistas, pediu “trégua” à imprensa e disse que o novo governo “não tem paz para se organizar e trabalhar”. “Há tempos tentam destruir Bolsonaro e agora tentam fragilizá-lo. Eu não temo ninguém, tenho a verdade comigo”, disse.

“Vamos parar com o terceiro turno em respeito à decisão das urnas”, emendou. Lorenzoni afirmou desconhecer os delatores citados pela matéria e voltou a afirmar que a planilha apresentada por executivos do grupo JBS aos procuradores é falsa. Ele também criticou a Folha, acusando o jornal de defender o PT.

Sobre o portal UOL, do mesmo grupo da Folha, Onyx questionou um repasse, segundo ele, de R$ 340 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) ao site, sem entrar em detalhes.

Mais cedo, Bolsonaro afirmou, em entrevista exclusiva à RecordTV, que Onyx “está ciente” de que ninguém que se tornar réu em processo criminal vai poder continuar no governo. De acordo com o presidente eleito, os problemas considerados menores, serão “absorvidos” e “uma vez que a denúncia se torne robusta, transformando aquela pessoa em réu”, vai se tomar alguma providência. “O Onyx está ciente disso, entre outros que nós temos conversado também. Mas é muito difícil hoje em dia você pegar alguém que não tenha alguns problemas, por menores que sejam”, completou.