Polícia suspeita que desavença dentro da cadeia tenha motivado execução por engano no Centenário

Alvo dos bandidos, que já deixou o hospital, desentendeu-se com suspeito na Penitenciária Modulada de Charqueadas

A Polícia Civil confirmou, nesta segunda-feira, já ter identificado o possível mandante da execução que terminou com a morte de um inocente no Hospital Centenário, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Conforme a investigação, o suspeito de mandar matar Alex Junior Abreu Tubiana teve um suposto desentendimento com o homem dentro da Penitenciária Modulada de Charqueadas, onde ambos cumpriam pena. A execução, entretanto, acabou vitimando Gabriel Minossi, de 19 anos, que não tinha qualquer envolvimento com o caso.

Alex era egresso do sistema prisional. Condenado a mais de dez anos de prisão por homicídio qualificado, ele cumpriu parte da pena em regime fechado. Após progredir para o regime semiaberto, ele deixou o sistema prisional em 16 de outubro devido à falta de vagas no regime semiaberto. Na sexta-feira, porém, não se apresentou à Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) para colocar a tornozeleira eletrônica. Com isso, passou à condição de foragido da Justiça.

Ele ainda sofreu emboscada na última quarta-feira, em uma oficina mecânica na vila Brás, e matou um dos desafetos. Isso, conforme a polícia, também pode explicar a tentativa de revanche dentro do hospital. Foi justamente em decorrência dos ferimentos desse confronto que Alex foi encaminhado ao Hospital Centenário, onde Gabriel morreu no lugar dele, na madrugada da sexta-feira. Foram mais de 20 tiros, disparados de longe.

Tubiana deixou a casa de saúde, de maneira voluntária, também na sexta. O Centenário salientou que é constitucional o direito do paciente de optar pela interrupção do tratamento. Além de comunicar os órgãos de segurança sobre a saída dele, o hospital informou que, por medida de precaução, solicitou a permanência, por mais 24 horas, de um efetivo da Brigada Militar na casa de saúde.

Esse é o segundo assassinato registrado no Centenário desde 2014. Segundo o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, foram 11 assassinatos, em cinco anos, em hospitais gaúchos.