A mulher que atropelou ontem um policial militar depois de ter xingado e agredido cinco professores, um dia antes, em uma escola municipal da Lomba do Pinheiro, na zona Leste de Porto Alegre, vai ficar em prisão domiciliar. A decisão do juiz plantonista Eduardo Almada considera a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, de que mães de filhos menores de 12 anos e sem antecedentes não podem ficar em regime de reclusão.
Na sentença, o magistrado determina que ela tenha suspensa a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Além disso, a mulher fica proibida de se aproximar do estabelecimento de ensino. Presa na tarde de ontem, ela passou a madrugada na Penitenciária Feminina Madre Pelletier.
A mulher, que teve a prisão preventiva convertida em domiciliar, deve responder pelos crimes de tentativa de homicídio com dolo eventual, desobediência, direção perigosa e lesão corporal.
Dentro do veículo, a filha dela e uma amiga da jovem presenciaram o atropelamento, na tarde de ontem. A menina fica, por enquanto, sob os cuidados do Conselho Tutelar.
A mãe já havia sido detida para depoimento, na quarta, depois de entrar na escola e arremessar mesas, cadeiras e a própria bolsa contra os docentes, além de agredi-los com tapas e arranhões.
O ataque ocorreu após a filha e mais nove colegas terem sido excluídos de um passeio organizado pela escola. Na data combinada, os estudantes não levaram a autorização e o dinheiro e, com isso, perderam vaga no ônibus fretado pelo colégio.
Devido às agressões, as aulas foram suspensas entre quinta-feira e hoje. A Saint Hillaire conta com 1,2 mil estudantes.
Com esse caso, chega a nove o total de professores vítimas de agressão verbal e física, em cinco ocorrências envolvendo escolas públicas de Porto Alegre, em duas semanas. Quatro casos ocorreram na rede municipal e um na estadual.