A Polícia Civil confirmou ter encontrado, na tarde de hoje, o veículo utilizado pelos criminosos que executaram um paciente por engano no Hospital Centenário, em São Leopoldo. Gabriel Minossi, de 19 anos, sofreu disparos na ala onde recebia atendimento e morreu em seguida. O Fiesta de cor prata, com placas de Sapucaia do Sul, havia sido roubado ontem em Esteio, na região Metropolitana. O grupo abandonou o veículo em uma rua do bairro Vicentina, em São Leopoldo.
O delegado Alexandre Quintão confirmou o encontro do carro, mas ainda não há informações concretas sobre os suspeitos do crime. Com base em imagens de câmeras de vigilância, a Polícia disse ter indícios de que o bando seja o mesmo que tentou executar, há dois dias, o real alvo do ataque. O homem foi internado na mesma ala de Gabriel, mas transferido após o advogado declarar que ele vinha sofrendo ameaças.
O grupo, fortemente armado, invadiu a ala do hospital por volta das 4h e disparou dezenas de vezes contra Gabriel. Duas outras pessoas também foram atingidas de raspão. O bando fugiu após a execução.
O que dizem as autoridades
Após a execução do paciente, o comando da Brigada Militar admite que houve erro de decisão após pedido de reforço policial na casa de saúde. A instituição solicitou apoio policial após o advogado do criminoso internado no local informar que o homem, baleado, ainda vinha sendo ameaçado. O comando, no entanto, optou por rondas periódicas após ouvir negativas sobre essas ameaças – do próprio alvo da execução.
Dentro do intervalo dessas rondas ocorreu o assassinato de Gabriel, também internado no Centenário para se recuperar de um acidente de moto. Ele não tinha nenhuma relação com o caso.
Secretário da Segurança defende averiguar o caso
O secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, afirmou que “as explicações (da BM) são convincentes, mas é preciso averiguar bem o que aconteceu”. Ele disse, ainda, que “o mundo do crime é ousado, cada vez mais agressivo. O fato de atacar alguém no hospital, e não é a primeira vez, revela a fragilidade decorrente de omissões do passado.” Schirmer comparou as ações a longo prazo com um fumante que morre de câncer após 20 anos de tabagismo: “as dificuldades não se materializam no dia do problema, são ações que decorrem de ações pretéritas”, ponderou.