Nos próximos dias, o presidente eleito Jair Bolsonaro deve anunciar os nomes dos ministros do Meio Ambiente, da Saúde, da Defesa e das Relações Exteriores. Foi o que ele projetou hoje durante transmissão ao vivo nas redes sociais, ao destacar a dificuldade para escolher um nome para educação. “Educação é complicado”, afirmou.
Bolsonaro disse que ele vai escolher o nome para o Meio Ambiente: “Quem vai indicar é Jair Messias Bolsonaro”, disse o presidente eleito dirigindo-se às organizações não governamentais (ONGs) do setor. O presidente eleito reclamou das multas ambientais dizendo ter informações, “que ainda não confirmou”, segundo as quais 40% do arrecadado vão para as ONGs. “Não vai ter aquele ativismo”, avisou, sem entrar em detalhes.
Para Bolsonaro, há abusos na cobrança de multas e também na demarcação de terras indígenas. Ele disse ter sido vítima de uma denúncia infundada sobre pesca ilegal, em 2012, que o levou a responder no Supremo Tribunal Federal (STF), embora tenha comprovado que a acusação era improcedente. De acordo com o presidente eleito, uma forma de incentivar a preservação ambiental é estimular o turismo.
Defesa
Para o Ministério da Defesa, Bolsonaro afirmou que “não abre mão de um general 4 estrelas”. Segundo ele, não vai haver distinção entre Exército, ou equivalente da Marinha e Aeronáutica – desde que seja o oficial mais graduado.
No Ministério das Relações Exteriores, o presidente eleito afirmou anteriormente que pretende escolher um diplomata de carreira para assumir o comando da pasta. Ele disse que quer um embaixador “sem viés ideológico”.
O próximo chanceler vai ter de enfrentar a determinação de Bolsonaro de transferir a Embaixada do Brasil de TelAviv para Jerusalém, medida que desagrada palestinos e comunidades dos países árabes.
“Nós, no Brasil, nos damos bem com todos. Para que criar um cavalo de batalha? Vamos parar com essa frescura”, disse o presidente eleito, na transmissão ao vivo hoje.
Elogios
Bolsonaro destacou o perfil de cada um dos já confirmados: Paulo Guedes para Economia, Sergio Moro para Justiça e Segurança, Onyx Lorenzoni para Casa Civil, general da reserva Augusto Heleno para o Gabinete de Segurança Institucional e Tereza Cristina para Agricultura, além de Marcos Pontes para Ciência e Tecnologia.
O presidente eleito disse ter observado que “todos confiam” no economista Paulo Guedes, que vai comandar o superministério que reúne Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. “Precisamos de uma equipe para salvar o Brasil.”
Também elogiou o general Heleno, descrito pelo presidente eleito como “um conselheiro”. Para ele, o astronauta Marcos Pontes é uma referência pela carreira e o currículo. “Ele é perfeitamente ligado a este mundo.”
Ao se referir sobre o juiz Sergio Moro, Bolsonaro afirmou que a única exigência feita por ele para assumir a Justiça foi “ter carta branca para combater o crime organizado”. Daí a determinação de agregar outras áreas ao Ministério da Justiça, como Segurança Pública e um “braço” – o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Também afirmou que a discussão sobre a redução da maioridade penal vai ser definida a partir de um consenso e não por imposição.
Afinidade
O presidente eleito disse ainda que a escolha da deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) foi uma indicação da bancada ruralista. De acordo com ele, outros queriam ter sido indicados e alegaram estar “há muito tempo” ao lado dele. “Se for assim, tenho de colocar minha mãe, então, que está comigo há 63 anos.”
Bolsonaro disse que a prioridade na Agricultura vai ser garantir segurança jurídica para os produtores rurais, de tal maneira que eles “não acordem” no dia seguinte com a terra demarcada para indígenas nem com a cobrança de multas indevidas.