Reinaugurado há aproximadamente dois meses, um dos hospitais mais tradicionais de Porto Alegre, o Beneficência Portuguesa, só atende 10% da capacidade de pronto atendimento. O espaço, voltado a convênios e consultas privadas, pode receber até 250 pacientes por dia, mas não vem sendo procurado suficientemente pela população.
A Associação Beneficência São Miguel (ABSM), de Gramado, que assumiu a instituição depois da crise financeira que deixou a casa de saúde próxima de fechar, negocia com a Prefeitura um novo contrato para voltar a atender também pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O diretor executivo da ABSM, Ricardo Pigatto, desconhece o motivo pelo qual o movimento se mantém baixo desde a reinauguração, mas considera que, possivelmente o tempo em que o serviço esteve fechado no Beneficência e a falta de divulgação da retomada tenham criado essa situação. De acordo com ele, a instituição atende por todos os convênios, com exceção da Unimed.
Além desse serviço, o Beneficência finaliza a montagem dos equipamentos de endoscopia e colonoscopia, que devem receber inspeção da vigilância sanitária na próxima semana para começar a oferecer 50 procedimentos por dia.
O retorno do atendimento SUS, conforme Pigatto, depende das negociações com a Prefeitura. O Beneficência registra dívida de aproximadamente R$ 8 milhões com o município e, assim que for quitada, o serviço deve ser retomado. Ainda segundo o diretor, o pagamento deve ser feito através de prestação de serviços.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que propôs ao Hospital procedimentos diagnósticos e terapêuticos que diminuam listas de espera da cidade.
Até o fim do ano, a expectativa da ABSM é de que o Beneficência inaugure o bloco cirúrgico, a UTI e mais 50 leitos.