Presidente da AL critica Sartori e Leite e defende reajustes: “Não vamos pagar pela ineficiência deles”

Legislativo deve votar na próxima semana reposição de 5,58% para servidores da Casa e do Judiciário. No Executivo, salários seguem congelados desde 2015

Foto: Marcelo Bertani / Agência ALRS / Divulgação / CP

O presidente da Assembleia, deputado Marlon Santos (PDT), assegurou que os projetos de reajuste dos servidores dos demais poderes serão votados, na próxima terça-feira, após duas semanas sem debates sobre o tema na Casa. Hoje, novamente, o colégio de líderes decidiu não realizar votações em plenário, mas avalizou reajuste de 5,58% para os servidores do Poder Legislativo, com impacto inicial de R$ 30,1 milhões aos cofres públicos em 2019.

Sem papas na língua, Marlon Santos criticou a gestão de José Ivo Sartori (MDB), que mantém congelados os salários dos servidores do Executivo, em função da crise financeira. Para o presidente da Assembleia, Sartori termina o mandato “recebendo nota 4”, uma vez, que parcelou os salários do funcionalismo em 35 oportunidades.

Agora, mesmo que o impacto do reajuste do Judiciário e Legislativo passe de R$ 162 milhões no ano que vem, os servidores não podem pagar pela ineficiência de Sartori ou do futuro governador Eduardo Leite (PSDB), considera o deputado. “O grupo que entra para governar pode não ser mal eleito, mas é completamente ineficiente e não tem no funcionalismo prioridades porque, se tivesse, trataria o funcionalismo com o devido respeito e deixaria de pagar qualquer coisa para pagar os salários em dia. Nós não vamos, nos outros Poderes, pagar pela ineficiência deles”, adverte. No Poder Executivo, os salários seguem os mesmos desde 2015 para a maioria do funcionalismo.

Em meio às discussões sobre esse pacote político, Eduardo Leite esteve, pela manhã, frente a frente com os servidores que pedem aumento salarial no Parlamento. Segundo Marlon Santos, Leite começou mal. “Ele (Eduardo Leite) já começou com nota 3. É incrível, ele vai tomar as mesmas iniciativas, aliás, eu não sei porque a população trocou de governo… Afinal de contas, o projeto é o mesmo: manter alíquota majorada de imposto e salário atrasado. Em vez de cobrar a União, eles costumam fazer o mais fácil, que é lançar mão de imposto, mas detalhe: eles costumam beijar com boca dos outros”, descarregou.

Marlon Santos elevou o tom das críticas a Eduardo Leite ao refutar a movimentação do governador eleito, que pede a manutenção do aumento de ICMS, que expira em dezembro. O assunto vai ser alvo de debates na Assembleia, até o fim do ano. “Ele (Eduardo Leite) se elegeu falando essa balela de fluxo de caixa, então, ele que vá fazer o desserviço porque a facada ficou comigo. Ele se elege governador, mas eu tenho que destroçar as pessoas com aumento de impostos ou mantendo majorada a alíquota, com os meus colegas”, criticou.

Pela manhã, a Mesa Diretora acordou votar todos os reajustes paralelamente, já que, além do Legislativo, estão aptas a serem votadas as reposições, também de 5,58%, dos salários dos servidores do Tribunal de Justiça, Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Justiça Militar e Defensoria Pública. Somados os cinco órgãos do Judiciário, o impacto do aumento chega a R$ 132,2 milhões por ano aos cofres do Rio Grande do Sul.