O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse hoje que o ministério “com certeza” vai ter a participação de mulheres. Questionado sobre a ausência de mulheres entre os nomes anunciados até agora, ele respondeu que não é o caso de trocar um dos nomes “só porque é mulher”, mas sinalizou que pode escolher uma representante para as pastas que ainda sem titular definido.
“Temos cinco nomes definidos, é o caso tirar um desses e colocar uma mulher no lugar só porque é mulher? Não sei. Tem dez ou doze vagas em aberto, com toda certeza vai ter [mulher]”, disse.
Ao lado do general Augusto Heleno, também cotado para integrar a equipe, Bolsonaro disse que ele pode assumir a Defesa ou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Se o General Heleno aceitar ir para o GSI, a Defesa não vai ser comandada por um civil e pode ter como ministro um representante Quatro Estrelas da Marinha, segundo Bolsonaro.
“Quem é que pode se dar ao luxo de se privar da companhia de uma pessoa como o general Heleno? Eu gostaria sim, no que depender de mim, ele irá para o GSI, mas a Defesa está aberta, se ele achar que é melhor a Defesa, tudo bem”, comentou.
Bolsonaro disse que até o fim da semana pode anunciar pelo menos mais um ministro do governo. Segundo ele, os nomes para as pastas de Agricultura, Meio Ambiente, Relações Exteriores e Infraestrutura já estão “avançados”.
Questionado se o general Oswaldo Ferreira vai ser o indicado para comandar o ministério da Infraestrutura, Bolsonaro desconversou, mas não negou. Disse apenas que ele é um engenheiro com experiência na área. Bolsonaro destacou que em todos os ministérios vai colocar “nomes técnicos” que tenham relação com o setor.
“O perfil é quase o mesmo pra todo mundo, ter conhecimento da área, ser patriota, que vai voltar a ser moda essa palavra, ter iniciativa, competência e autoridade, nós queremos isso”.
O presidente eleito espera montar toda a equipe ministerial até o fim do mês. Bolsonaro reafirmou que deve reduzir o número de ministérios a 15 ou até 17 pastas e que não vai deixar para decidir “nos 45 do segundo tempo” para que o indicado tenha tempo para se adaptar até 2 de janeiro.
Ministérios
Bolsonaro voltou a sinalizar que não vai unir as áreas que do agronegócio e ambiental. O deputado ressaltou que não se trata de um recuo ou sinal de fraqueza. “O próprio setor do agronegócio que queria e agora há uma certa divisão, vamos buscar realmente fazer o melhor, agora, deixo bem claro quem vai indicar o ministro do meio ambiente é o Jair Bolsonaro”, declarou.
Ele disse que não deve criar um ministério da Família, como se especulou nos últimos dias. Sem citar as pastas de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, que tendiam a ser supostamente substituídas, disse que algumas áreas devem manter o status de ministério. Contudo, voltou a defender a questão da família e disse que é possível que o senador Magno Malta seja indicado para um dos ministérios da futura gestão.
Na área econômica, o presidente eleito disse que o atual presidente do Banco Central Ilan, Goldfajn, e outros técnicos do governo Temer, poderão ser mantidos nas funções.
“Na área econômica, quem está tratando desse assunto é o Paulo Guedes. Na Defesa tem gente nossa. Alguns nomes serão mantidos, não é porque está no governo Temer que vamos descartar todo mundo, tem gente boa lá. Paulo Guedes gosta dele [Ilan], mas não é questão de gostar, é questão de competência”.