Uma semana após os resultados das eleições que definiram o próximo presidente do Brasil, economistas já traçam prognósticos para o futuro da economia do país e também de Porto Alegre. No âmbito federal, especialistas acreditam que o governo Jair Bolsonaro (PSL) depende da aprovação de uma série de reformas estruturantes para acelerar o crescimento econômico.
Segundo o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank, sem as reformas não será possível destravar o consumo e os investimentos, que são os responsáveis pela geração de emprego e renda. “A partir de 2019, o governo vai precisar entregar resultados. Vai ser importante acompanhar de perto a evolução das políticas e das reformas que são tão necessárias para acelerar o nosso crescimento e equilibrar a economia brasileira. Nós dependemos das reformas para o crescimento econômico e consequentemente melhorar os resultados das vendas do varejo”, avalia o economista.
Para Frank, o novo governo precisa, também, adequar o sistema tributário brasileiro às melhores práticas do mundo. De acordo com o economista da CDL POA, há excessiva tributação sobre bens e serviços, o que reduz a competitividade das mercadorias, de acordo com o comparativo internacional, enquanto a renda e o lucro são proporcionalmente bem menos onerados. “Quando a gente tributa muito pouco a renda e os lucros, a gente faz com que a nossa carga tributária seja bastante regressiva, ou seja, os mais pobres acabam pagando proporcionalmente mais em relação aos mais ricos”, explicou.
A inversão da atual lógica de gastos também é outro ponto destacado pelo economista. Segundo ele, hoje, praticamente 2/3 dos recursos destinados em educação são alocados no ensino superior, e apenas 1/3 no ensino básico. Inúmeros trabalhos acadêmicos, sobretudo do economista James Heckman, vencedor do prêmio Nobel, comprovam a importância do investimento em educação básica.