A sexta-feira ensolarada contribuiu para a grande movimentação dos cemitérios de Porto Alegre neste feriado de Finados. Ao londo do dia, diversas celebrações religiosas e culturais aconteceram nesses locais.
O Cemitério da Santa Casa, que fica na Avenida Professor Oscar Pereira, é um dos pontos que reuniu a maior aglomeração de pessoas que reservaram o dia para lembrar amigos e familiares que já faleceram.
Neste cemitério está o túmulo e a estátua do músico gaúcho Teixeirinha. No local, diversas pessoas pilchadas e tomando chimarrão prestaram homenagem ao cantor. Sob o túmulo havia flores e um rádio, que tocava as canções do artista.
No meio dos fãs estava a historiadora Vitória Duarte Wingert. Ela está escrevendo a dissertação de Mestrado sobre “A construção sócio-histórica e lendária de Teixeirinha”. Ela chegou no cemitério bem cedo para acompanhar as homenagens ao músico e percebeu que o túmulo dele é um dos mais movimentados do local.
“Essas pessoas diferentes e de várias regiões do Estado têm um ponto em comum: é a figura do Teixeirinha. A gente vê que dentro desse rito da morte, de relembrar essa figura, há também o rito de sociabilidade, já que essas pessoas são amigas e esperam umas às outras. Elas relembram as pessoas que vinham, mas também já faleceram. O Teixeirinha pra eles não está morto, eles estão lembrando dos filmes, das histórias. Enfim, eles construíram esse imaginário afetivo que tem muito significado de relembrar”, explica a pesquisadora.
Chuva de Pétalas
Em outro cemitério da Capital, no Jardim da Paz, os visitantes participaram de uma chuva de pétalas de flores para homenagear as pessoas já falecidas. No local também houve atividades de apoio psicológico e atividades sociais, como a arrecadação de mechas de cabelos para a confecção de perucas para crianças com câncer.
O comércio de rua também ficou aquecido. Os vendedores de flores aproveitaram a alta movimentação para vender flores e velas nas entradas dos cemitérios. Rosas e Kalanchoes eram as flores mais vendidas.