Ministro da Segurança Pública defende manutenção da pasta em governo

Pasta existe desde fevereiro

Raul Jungmann - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, defendeu hoje a permanência da pasta como estrutura específica na Esplanada dos Ministérios. O comentário ocorreu em entrevista coletiva a jornalistas, em Brasília, frente à decisão de Jair Bolsonaro de reincorporar a área ao Ministério da Justiça.

Hoje o juiz federal Sérgio Moro anunciou que aceitou o convite do presidente eleito para comandar o novo ministério. Com isso, ele fica à frente da estrutura, bem como da Polícia Federal. Moro deixa a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde era responsável pela Operação Lava Jato. O magistrado analisou o processo que terminou na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de outros políticos investigados na operação.

“Eu gostaria que o ministério continuasse existindo para não ser conhecido como primeiro e único, mas faço votos de que faça sucesso. Deixamos uma estrutura que não tinha antes. Estados não fazem política nacional, não têm sistema nacional e o governo central não tinha isso. Sempre queremos aqui deixar um legado para que quem viesse pudesse tirar proveito a favor do povo brasileiro”, disse.

Após manifestar a preferência, Jungmann lembrou que a decisão é do presidente eleito e colocou a intenção de “ajudar” na transição. Ele elogiou a escolha de Moro. “É alguém que tem todos os títulos, autoridade e legitimidade. É um ganho tê-lo no Executivo”, avaliou.

O ministro informou que ligou para Moro hoje para tratar da transição e que o magistrado paranaense deve vir a Brasília na próxima semana para começar as tratativas, ainda sem data definida.

Histórico
O ministério da Segurança Pública existe em função da Medida Provisória 821, de 2018, editada em 27 de fevereiro. Antes disso, a área permanecia na alçada do Ministério da Justiça, para onde volta na gestão de Jair Bolsonaro. Raul Jungmann, até então, era ministro da Defesa. A pasta passou a coordenar as ações de Segurança, bem como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

A criação do ministério ocorreu no contexto da instituição, pelo Executivo Federal, do decreto da Intervenção Militar no estado do Rio de Janeiro, que expira no fim do ano. O governador eleito Wilson Witzel deu declarações defendendo que as tropas militares permaneçam por mais dez meses no estado, mas que não pretende pedir a prorrogação da intervenção federal.