O Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), órgão que regula a segurança na agricultura do país, anunciou nesta quarta-feira que vai liberar importações de carnes suína e bovina de nove fornecedores do Brasil a partir de 1º de novembro. A carne brasileira permanecia embargada no mercado russo desde novembro de 2017 devido à presença de ractopamina em produtos de origem animal de plantas frigoríficas do país.
A ractopamina é um aditivo alimentar usado para fazer com que animais ganhem peso de forma mais eficiente e acumulem menos gordura. O uso do produto em rações é aprovado pela Organização Mundial da Saúde, mas não é autorizado pela Rússia, União Europeia e China. Para evitar qualquer tipo de contaminação, o Brasil utiliza o sistema de segregação para exportação de carne para os países com restrições, ou seja, os animais recebem outro tipo de ração e são criados separadamente.
Segundo o Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia foram reabilitadas algumas plantas localizadas no Rio Grande do Sul das empresas Alibem Alimentos, Adele Indústria de Alimentos e da Cooperativa Central Aurora Alimentos.
A expectativa do Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, é de que a Rússia em breve volte a comprar carnes também dos frigoríficos localizados em Santa Catarina.
Segundo números da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), desde o embargo imposto no ano passado, o Brasil deixou de exportar para a Rússia o equivalente a 230,4 mil toneladas, cerca de 40% de tudo o que o país exporta em um período semelhante.
Por meio de um vídeo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, comemorou a liberação e afirmou que a decisão era muito esperada pelos produtores brasileiros, em especial os suinocultores. “É difícil abrir mercado, é fácil perder mercado e é muito mais difícil recuperar mercado”, disse.
O presidente da República, Michel Temer, anunciou a decisão russa por meio da rede social Twitter e agradeceu ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, “pela colaboração comercial com nosso país”.