Ministro divulga posição contrária à fusão da Cultura com Educação

Sá Leitão propõe outro arranjo, com Cultura, Esporte e Turismo

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, divergiu da extinção da pasta e da incorporação dela ao Ministério da Educação. Em nota, ele defendeu outro destino para o órgão que dirige, em uma nova estrutura espelhada em exemplos de países desenvolvidos, como o Reino Unido e a Alemanha, por exemplo.

O ministro cita que no Reino Unido a pasta congrega cultura, esporte e mídia; na Coreia do Sul, cultura, esportes e turismo; em Israel, cultura e esportes; na Alemanha, cultura e mídia; na Austrália, comunicações e artes; e na Dinamarca, cultura, esporte, mídia e direitos autorais.

“A junção de Educação, Cultura e Esporte, por sua vez, tem um paradigma que não me parece adequado: Guiné-Bissau”, pontuou Sá Leitão.

Sá Leitão é o terceiro ministro da equipe de Michel Temer a questionar ou ponderar os anúncios e propostas em debate pela gestão Bolsonaro. Tanto o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, quanto o da Agricultura, Blairo Maggi, apresentaram reticências à fusão das duas pastas na próxima gestão do Executivo Federal.

Sá Leitão argumentou que os modelos institucionais “mais avançados” no mundo são aqueles onde se combina a gestão da política cultural contemporânea, o desenvolvimento da economia criativa, a afirmação simbólica do país, a proteção de direitos autorais e o fomento às artes.

“Assim, se houver de fato a redução do número de ministérios, minha sugestão é a criação do Ministério de Cultura, Esporte e Turismo”, defendeu o ministro, que mencionou como exemplo da combinação o caso da Coreia do Sul.

De acordo com Sá Leitão, esse arranjo pode reunir áreas de investimento “com alto potencial de retorno”, conjugando pastas com o mesmo tamanho (evitando a noção de “extinção” de alguma delas) e trabalhando com três segmentos relacionados à “afirmação simbólica” do país e à “economia criativa”.