Eleitores gaúchos mantiveram a tradição de nunca reeleger um governador. José Ivo Sartori (MDB) é o sexto governador que tentou e não levou o segundo mandato no Piratini. Antes dele, Antonio Britto, Olívio Dutra, Yeda Crusius, Germano Rigotto e Tarso Genro também foram rejeitados pelas urnas. A vitória de Eduardo Leite (PSDB) não representa, pelo menos não nas propostas, uma guinada em relação ao que vinha sendo colocado em prática no Estado.
De campos similares, Leite e Sartori se esforçaram para destacar as diferenças em seus programas. Nem sempre conseguiram. Venceu, mais uma vez, o novo. Não apenas por mérito de Leite, mas também pelo desgaste de Sartori. O movimento de apoio incisivo de Sartori a Bolsonaro, enquanto o tucano foi mais cauteloso, manteve a identidade de Leite, e foi interpretado por ala do eleitorado como oportunismo eleitoral.
O desafio de Leite, por aqui, também será enorme. Administrar um Estado falido, com base aliada ainda minoritária na Assembleia, e com os primeiros meses marcados pela mágoa alimentada por lideranças emedebistas, segundo eles, em função do tom da campanha. O MDB e o PT são as duas maiores bancadas do Legislativo, com oito deputados cada.
Desempenho no Piratini será decisivo
Governador mais jovem da história do Estado, e também entre os eleitos e reeleitos em todo o país neste ano, Eduardo Leite, 33 anos, terá empreitada pela frente. O tucano obteve mais de 90% dos votos em Pelotas, onde foi prefeito. Mas governar o Estado é uma missão distinta. Pela juventude, seu desempenho no Piratini pode o cacifar para voos ainda mais altos. Ou encerrar sua trajetória política de forma prematura.