Após a vitória de Eduardo Leite (PSDB), o marqueteiro da campanha tucana, publicitário Fábio Bernardi, considerou como acertada a estratégia de não ter colado a imagem de Leite à de Bolsonaro para “surfar na onda” do prestígio eleitoral do capitão da reserva. Mesmo votando no deputado federal, Leite elencou restrições e não manifestou apoio incondicional, enquanto José Ivo Sartori (MDB) fundiu as campanhas adotando o termo “Sartonaro”.
“Eu acho que essa foi uma leitura equivocada da outra parte. Eu conversei com o Eduardo e ele falou que tinha restrições, que não faria um apoio incondicional (a Bolsonaro). Mas, isso não foi uma questão de marketing, foi escolha dele. A gente achou que isso seria uma lógica dos dois candidatos e nunca imaginou que o outro lado fosse comprar a tese de que se vincular a Bolsonaro seria uma vitória por si só, porque havia muitos eleitores que não estavam deste lado”, considera Fábio Bernardi.
O publicitário revela, também, que a facilidade e espontaneidade de Eduardo Leite em se comunicar tornou ainda mais fácil explorar as manifestações textuais dele na mídia durante a campanha eleitoral. “Na verdade, a gente só traduziu quem é o Eduardo. Desde o princípio, ele pediu que queria fazer uma campanha propositiva, séria, ética e alegre e que representasse a confiança que ele tem no Rio Grande do Sul. E a gente acertou. Em nenhum momento, se inventou um produto ou um candidato, a gente apenas traduziu o que ele é”, pontuou.
Vitorioso em campanhas políticas recentes, Bernardi também rebateu os críticos que colocaram em xeque o papel dos marqueiros em função do boom das redes sociais, como o Instagram e o WhatsApp. “A primeira grande bobagem é minimizar o papel da televisão em virtude da rede social. A televisão não elege ninguém sozinha, mas quando a estratégia é bem-feita, ela consegue dar audiência e voz aos candidatos. A segunda bobagem é que nesta eleição o papel do marqueteiro seria menor. O marketing tem um papel de estratégia, antes de ter um papel de comunicação”, completou.