As instituições financeiras poderão reduzir mais rapidamente o limite do cartão de crédito de clientes com maior risco de inadimplência, decidiu hoje o Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo o Banco Central (BC), a medida é necessária para que os bancos gerenciem melhor os riscos e não aumentem o spread bancário (diferença entre os juros captados pela instituição financeira e as taxas cobradas do consumidor).
Em abril, o CMN estabeleceu prazo de 30 dias para a instituição financeira reduzir o limite do cartão a partir da comunicação ao cliente de que ele corria risco de não conseguir pagar a fatura. O chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, André Pereira, explicou que, após discussões internas e com o sistema financeiro, a autoridade monetária entendeu que a regra anterior podia aumentar o risco dos bancos.
Agora, em casos excepcionais, as instituições financeiras poderão dispensar o prazo de 30 dias e reduzir o limite logo após a comunicação ao cliente. Cabe a cada instituição definir o prazo para a alteração e estabelecer os critérios de excepcionalidade, conforme a política de crédito e de gerenciamento de riscos.
Pereira esclareceu que a redução imediata do limite do cartão só vai ocorrer em casos atípicos, quando o banco constatar deterioração significativa do risco de o cliente dar calote. Ele declarou que a medida pode resultar em juros mais baratos para os consumidores.