Jungmann determina que PF investigue ameaças a jornalistas da Folha

Jornal havia pedido apuração em representação entregue ontem ao TSE

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, determinou que a Polícia Federal investigue as ameaças sofridas por jornalistas da Folha de S.Paulo após publicação de matéria sobre esquema de envio de mensagens em massa na plataforma WhatsApp para favorecer o candidato Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.

Em despacho encaminhado ao diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, Jungmann citou uma matéria do próprio jornal sobre as ameaças a que a jornalista Patrícia Campos Mello, que assina a reportagem, relata estar sendo alvo.

O ministro acrescentou que, caso sejam confirmadas as acusações apresentadas pelo jornal, “pode-se estar diante da configuração de ilícitos penais, e de direta ofensa à inviolabilidade de correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa”.

Pedido de apuração
Ontem, o jornal pediu investigação da PF, por meio de representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além de Patrícia, o jornal salienta que outros dois jornalistas que participaram da apuração da reportagem também vêm sofrendo ataques.

No dia 19 de outubro, a Folha publicou reportagem denunciando um esquema de compra de envio estruturado de mensagens em massa no aplicativo WhatsApp supostamente bancado por empresários favoráveis a Bolsonaro. Os contratos, segundo o jornal, chegaram a valores de até R$ 12 milhões. Bolsonaro e executivos citados na reportagem negaram qualquer envolvimento.

Invasão de conta
Patrícia Campos Mello teve a conta de WhatsApp invadida, recebeu ameaças por telefone de números desconhecidos e teve de fechar a conta no Twitter, entre outros relatos do jornal.