Após a Policia Civil divulgar, na manhã de hoje, o laudo pericial que sugere que se automutilou a jovem que registrou Boletim de Ocorrência alegando ter sido agredida por três homens, na noite de 8 de outubro, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, a advogada de defesa da menina se posicionou por meio de nota. No comunicado, ela reitera que a cliente, de 19 anos, sofreu um ataque.
A advogada Gabriela Souza ressalta que a perícia não descartou a hipótese de as lesões terem sido causadas por outro indivíduo, “inclusive mediante incapacidade de defesa da vítima”.
Além disso, a defesa da jovem esclarece que o laudo divulgado hoje não representa o fim das investigações. A defesa ainda espera que sejam apresentadas imagens de câmeras de segurança e ouvidos depoimentos de pessoas que prestaram auxílio à menina.
A nota sustenta que, por respeito à privacidade da jovem, neste momento a defesa não vai mais se manifestar. A advogada fala que confia na apuração verídica dos fatos e aguarda a conclusão das investigações.
Confira a nota na íntegra:
Diante da divulgação de laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) referente ao ataque sofrido por uma jovem de 19 anos no último dia 8, em Porto Alegre, quando teve gravada no corpo uma suástica nazista, cabe esclarecer o seguinte:
1 – O teor do laudo assinado pelos peritos reafirma a convicção da defesa de que a jovem foi vítima de um ataque, conforme testemunhado por ela à Polícia Civil.
Atesta o laudo no item 3 – Conclusões:
“(…) As lesões verificadas apresentam, portanto, características compatíveis com as de lesões autoinflingidas, embora não haja, a partir exclusivamente dos resultados do exame de corpo de delito, elemento de convicção para se afirmar que efetivamente foram autoprovocadas. Nesse sentido, pode-se afirmar que as lesões foram produzidas: ou pela própria vítima ou por outro indivíduo com o consentimento da vítima ou, pelo menos, ante alguma forma de incapacidade ou impedimento da vítima em esboçar reação.”
Nota-se que a perícia não descarta a hipótese de as lesões terem sido causadas por outro indivíduo, inclusive mediante incapacidade de defesa da vítima.
Isto apenas comprova o teor do depoimento da vítima, que não esboçou reação durante o ataque e sofreu estresse pós-traumático, situação que se mantém até o momento.
2 – O laudo divulgado nesta quarta-feira não representa o fim das investigações; a defesa da vítima ainda espera que sejam apresentadas imagens de câmeras de segurança e ouvidos depoimentos de pessoas que prestaram auxílio à jovem atacada.
Qualquer conclusão antes de esgotada a avaliação de todos os elementos possíveis é precipitada e pode não representar a realidade dos fatos.
3 – Em respeito à privacidade da vítima, neste momento a defesa não fará novas manifestações.
4 – A defesa confia na apuração verídica dos fatos e aguarda a conclusão das investigações para a comprovação da verdade dos fatos.