O número de policiais federais na escolta do candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, aumentou de 25 para 30 e passou a incluir agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro até o dia da eleição, no domingo. A informação é do presidente do PSL, Gustavo Bebiano. Segundo ele, a mudança decorre de “relatos de ameaças”.
Apesar de a Polícia Federal já ter concluído um primeiro inquérito afirmando que Adélio Bispo agiu sozinho quando esfaqueou Bolsonaro, no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG), Bebiano afirmou que há “fortes indícios” de que o atentado foi promovido ou, pelo menos, teve a participação do Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo.
Segundo a liderança partidária, a investigação sobre a suposta participação da facção criminosa no atentado está “sob sigilo”. “As informações da campanha já são suficientes para adotar um cuidado redobrado”, destacou.
Ele informou ainda que, além da segurança oficial da PF e da PM, há policiais civis, voluntariamente, ajudando na segurança do candidato quando estão de folga: “Então, existe um efetivo muito grande hoje. Temos informes e informações que são prestados por diversos organismos de segurança. Nós confiamos nas autoridades competentes e nessas instituições policiais que hoje cuidam da vida do candidato Jair Bolsonaro”.
Para Bebiano, há uma real ameaça de atentado contra o candidato porque Bolsonaro representa “uma ruptura, um ponto final na criminalidade e no estado de coisas que se instalou no Brasil”.
Campanha
Durante a tarde, Bolsonaro saiu de casa na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, e foi para a produtora do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, na zona sul. Ao contrário do previsto, ele não gravou para a TV, porque segundo Bebiano, se disse indisposto. “A colostomia estava incomodando um pouco. Ele ficou um pouquinho, prestigiou as pessoas que trabalharam e teve que ir embora para fazer a higienização. Mas está bem, recuperando o peso e com a anemia praticamente debelada”, disse.
Ainda de acordo com Bebiano, a maior parte da equipe encerrou hoje o trabalho de produção dos programas eleitorais, permanecendo apenas um grupo menor para o caso de ser necessária uma nova gravação. O presidente do partido acrescentou que amanhã ou quinta-feira Bolsonaro pode fazer mais um vídeo para a propaganda eleitoral de sexta-feira. Ele disse que, se isso ocorrer, vai ser na casa do candidato para evitar que ele se desloque.
Gustavo Bebiano comentou ainda a repercussão em jornais estrangeiros da ameaça à democracia que a eventual vitória de Bolsonaro pode significar. Para o dirigente do PSL, esses meios de comunicação vêm sendo induzidos a erro por agências de notícias com viés à esquerda. “O que a gente pode dizer não só para a imprensa europeia, mas para o mundo todo é que o candidato Jair Bolsonaro representa uma oxigenação à democracia”, observou.
Segundo Bebiano, nos próximos dias Bolsonaro pretende descansar, sem agendas previstas para compromissos fora de casa. Está prevista uma ida a Brasília no início da próxima semana.
Depois do segundo turno, o PSL pretende entrar com uma ação na Justiça contra as declarações do artista Geraldo Azevedo, repetidas pelo candidato do PT Fernando Haddad, segundo as quais o candidato a vice-presidente de Bolsonaro, general Mourão, o torturou. As acusações foram negadas e consideradas fake news.