Parte do espaço do Parque Farroupilha (Redenção) foi transformado em uma Praça de Segurança Alimentar e Nutricional ao longo da manhã e tarde deste domingo, durante o encerramento da Semana da Alimentação em Porto Alegre. Desde o dia 16, eleito pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) como o Dia Mundial da Alimentação, diversas atividades foram realizadas em todo o Estado.
Realizado anualmente, em 2018 o evento teve como tema “Alimento saudável ao seu alcance” e trabalhou questões como os benefícios e formas de acesso a produtos orgânicos. A nutricionista Lisete Souza, integrante da diretoria da Associação Gaúcha de Nutrição e representante do Fórum Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Fesans/RS), explicou que, durante a semana, foram abordadas maneiras de a população ter um maior alcance aos alimentos orgânicos.
Menos impacto ao meio ambiente
De acordo com ela, algumas opções trabalhadas foram referentes a agricultura urbana e de pequenos espaços, como hortas comunitárias e produções caseiras, que podem ajudar na produção própria e livre de agrotóxicos. Os alimentos orgânicos, segundo a nutricionista, de fato fazem diferença por representarem um menor impacto ao meio ambiente e por serem mais saudáveis para quem come. Dessa forma, seu consumo é o ideal. Mas, como o acesso ainda é difícil para muitas pessoas, Lisete forneceu um passo a passo para diminuir a quantidade de produtos químicos nos produtos convencionais.
Primeiramente, essas frutas, legumes e verduras devem ser bem lavados e mergulhados em uma solução de um litro de água para uma colher de bicarbonato de sódio por, pelo menos, 15 minutos. Isso cria um ambiente básico e, como a maior parte dos agrotóxicos são ácidos, ocorre a neutralização e um percentual.
Em seguida, eles precisam ser lavados novamente e inseridos em uma outra solução, formada por um litro de água e três colheres de vinagre. Nesse caso, o objetivo é neutralizar os alcalinos e também realizar uma higienização bactericida. Por isso, esta etapa também deve ser utilizada com os orgânicos, que, apesar de livres de químicos, contêm bactérias. Mas nem só as questões envolvendo as toxinas das grandes produções foram tratadas durante a Semana da Alimentação.
Na feira montada neste domingo na Redenção, por exemplo, havia diversos vieses da alimentação saudável. Comportamento alimentar, temperos, redução de sal e consumo menor de produtos industrializados eram algumas das abordagens feitas.
Outra delas era referente as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), que são espécies alimentícias existentes e que, apesar de pouco conhecidas, fornecem uma qualidade nutricional e mais disponibilidade de alimentos para a população.