Os produtores já iniciaram a semeadura da soja nas principais regiões produtoras do país. Terceiro maior produtor brasileiro de soja, o Rio Grande do Sul deve destinar uma área de 5.890.619 hectares para o grão, um crescimento de 2,30% em relação à última safra, conforme dados da Emater/RS-Ascar. A tendência, segundo recente projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), é que mais de 123 milhões de toneladas devem sair das lavouras brasileiras na safra 2018/2019.
No entanto, para realmente atingir a plenitude do potencial produtivo das lavouras, o trabalho dentro da propriedade começa muito antes. De acordo com os especialistas, o produtor precisa gerenciar sua propriedade sob a ótica de sistema produtivo. “Cerca de 70% ou mais da produtividade depende da balanceada nutrição vegetal, sendo que áreas com o solo corrigido e boa oferta de nutrientes ‘entregam’ mais à planta”, afirma o especialista em solo e diretor técnico da SulGesso, Eduardo Silva e Silva.
Os principais limitadores de desenvolvimento de raízes são a presença de alumínio tóxico e a compactação do solo, causando impedimentos químicos e físicos, respectivamente, como destaca Silva e Silva. “Nesse contexto de gestão de sistema, o período de inverno é uma oportunidade para semeadura de plantas de cobertura solteiras ou consorciadas, aplicação de sulfato de cálcio para neutralizar o alumínio tóxico e proteger o fósforo. Além disso, através do cálcio a aplicação do produto promove o intenso enraizamento dessas plantas, formando bioporos benéficos à aeração e drenagem”.
Ao produtor que deixou passar essa oportunidade, ainda há a possibilidade de condicionar o solo. “Como o sulfato de cálcio é móvel no perfil de solo, rapidamente ele reage com o alumínio tóxico e nutre a planta, favorecendo o desenvolvimento da cultura de verão” explica o especialista.
O especialista ainda ressalta que independentemente da zona de manejo e seus atributos químicos e físicos, produtos que contenham cálcio e enxofre nas formas prontamente assimiláveis e com ação no tempo da cultura são garantia de excelentes resultados ao desenvolvimento da planta, tanto na parte aérea quanto em seu sistema radicular. “As raízes são consideradas constituintes da matéria orgânica do solo, pois liberam substâncias orgânicas que servem de alimentos a micro-organismos. Dessa forma, o sulfato de cálcio granulado nutre a planta, auxilia na neutralização do alumínio e promove intenso enraizamento, que significa maior capacidade de retenção de água do solo, absorção de nutrientes oriundos de outros fertilizantes, proteção da planta, estruturação do solo e fixação biológica de nitrogênio”, afirma o engenheiro agrônomo.
A soja, embora seja uma planta adaptável a diferentes tipos de solo, necessita de um solo com fertilidade média e que não seja muito ácido ou mal drenado, isso para desenvolver todo seu potencial produtivo. O especialista explica que, a partir da ajuda do cálcio e do enxofre na forma solúvel, o solo fica mais permeável, permitindo que as raízes atinjam os nutrientes disponíveis, que são responsáveis pelo desenvolvimento da soja. Assim, o sulfato de cálcio granulado entra como protagonista na adubação, principalmente onde há plantio direto, sendo aplicada uma parte no inverno e o restante no verão. “O sulfato de cálcio granulado tem uma multifuncionalidade e é uma das principais composições para equilibrar o solo, fornecendo cálcio e enxofre solúveis desde a raiz até a parte aérea da planta”, afirma Silva e Silva.