Encontrados fragmentos do crânio de Luzia no Museu Nacional

Expectativa é de que ele possa ser reconstituído

Foto: Leo Rodrigues/Agência Brasil

O Museu Nacional anunciou hoje que funcionários encontraram fragmentos do crânio de Luzia em meio a escombros do edifício que pegou fogo no dia 2 de setembro. Trata-se do fóssil mais antigo já encontrado no continente americano, considerado uma das principais relíquias que a instituição mantinha guardada.

O crânio era armazenado, dentro de um armário, em uma caixa de metal encontrada parcialmente destruída. Cerca de 80% dos fragmentos encontrados já foram identificados e a expectativa é de que o crânio seja quase totalmente reconstituído. A extensão dos danos e das perdas ainda precisa ser avaliada. Também foram encontradas outras partes de Luzia que eram guardadas no Museu Nacional, incluindo um fêmur.

De acordo com a arqueóloga Cláudia Carvalho, chefe da equipe de resgate do acervo, o esqueleto era frágil, razão pela qual ele não era exposto permanente. Fragmentos da bacia e ossos das pernas e dos braços, expostos ao público no dia do incêndio, ainda não foram localizados pelas equipes de busca.

Segundo o diretor de Museu Nacional, o paleontólogo Alexander Kellner, a reconstrução do crânio não é um processo rápido e é preciso primeiro ter um novo laboratório. Para tanto, ele estima que serão necessários pelo menos entre R$10 milhões e R$15 milhões. O diretor disse que há algumas negociações em curso e já existe uma perspectiva de local para o novo laboratório, mas não deu detalhes.

Salvamento
Kellner ressaltou também que as atividades de salvamento do acervo ainda não tiveram início. Nesse momento, estão em curso a implementação das medidas necessárias para dar segurança ao edifício, o que permite aos técnicos entrar e trabalhar. Para esse fim, foram liberados R$ 8,9 milhões pelo Ministério da Educação (MEC). Estas medidas deverão ser concluídas em pouco mais de 150 dias e envolvem, por exemplo, o escoramento de paredes e a retirada de parte do material que esteja criando obstáculos.

O diretor do Museu Nacional disse ainda que está pleiteando junto ao Congresso Nacional uma emenda parlamentar que garanta R$ 56 milhões para iniciar a primeira fase de reconstrução do edifício, incluindo a parte mais histórica, incluindo a fachada, a sala do trono e alguns outros ambientes.