O presidente Michel Temer viajou para São Paulo na tarde de hoje para discutir com advogados o indiciamento no inquérito que apura o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A na edição do chamado Decreto dos Portos.
Temer deixou o Palácio do Planalto perto das 17h. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse ontem que o presidente está “abalado” com o indiciamento dele e da filha Maristela. O presidente rejeita as acusações de favorecimento à Rodrimar na edição do decreto.
Assinado em maio do ano passado, o texto teve a justificativa de desburocratizar e flexibilizar operações, concessões e arrendamento de portos brasileiros, como o de Santos. Atuante na área portuária, a Rodrimar mantém negócios no complexo, como agência marítima, armazéns alfandegados, terminal de granéis e terminal de contêineres.
Segundo a investigação da Polícia Federal, a Rodrimar pagou propina como suposta contrapartida para a edição do decreto. O caso veio à tona após o presidente ter sido gravado pela Polícia Federal (PF) em uma conversa telefônica na qual o ex-deputado e ex-assessor de Temer Rocha Loures questiona o andamento da tramitação.
O Palácio do Planalto sempre defendeu o decreto dizendo que ele decorreu de “amplo debate” do setor. “Todos os dados são públicos. O assunto não comportava nenhum sigilo ou informação privilegiada, apenas a publicação do decreto que finaliza o longo processo de negociação entre o governo e o setor empresarial, como é comum e legítimo em uma democracia”, sustentou o Palácio do Planalto em outubro do ano passado.