MP denuncia homem que matou mestre de capoeira após discussão política na Bahia

Para promotor, Paulo Sérgio assassinou Moa do Katendê por "motivo fútil"

Paulo Sérgio Ferreira de Santana confessou o assassinato de Moa do Katendê. Foto: Alberto Maraux / Assessoria de Comunicação / Secretaria da Segurança Pública da Bahia

O Ministério Público da Bahia denunciou o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana pelo assassinato do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, no dia 8 de outubro.

O promotor de Justiça Davi Gallo disse que Paulo Sérgio cometeu “crime de homicídio por motivo fútil e sem possibilitar qualquer defesa à vítima, que já tinha mais de 60 anos”. A denúncia envolve ainda a tentativa de homicídio de Germino do Amor Divino Pereira, também presente no local do crime.

De acordo com a denúncia, Paulo Sérgio atingiu Romualdo da Costa com 13 facadas depois de uma discussão sobre a disputa eleitoral para a Presidência. Segundo reportagens da imprensa local, Moa do Katendê discordou da posição política de Paulo Sérgio, que se declarou eleitor de Jair Bolsonaro (PSL), e morreu depois de ter dito que votou no PT no primeiro turno das eleições.

No inquérito do MP, o promotor relata que o barbeiro e Moa do Katendê discutiram em voz alta e “agrediram-se mutuamente de forma verbal”. Em seguida, Paulo Sérgio saiu do bar e buscou em casa uma faca, retornando ao bar para agredir Moa do Katendê. Durante o ataque, Germino Pereira também sofreu uma facada no braço direito, quando tentou defender a vítima.

A Anistia Internacional divulgou, hoje, um comunicado alertando para os casos de violência no contexto eleitoral e pedindo que sejam investigados sob a possibilidade de serem crimes de ódio, e cita o caso de Moa do Katendê.

O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) também em nota repudiou a violência nas eleições de 2018. O órgão autônomo manifestou “extrema preocupação diante do clima nacional” e cobrou providências das instituições do sistema de Justiça do país.