Em reunião do Conselho Técnico Operacional de Sanidade Suína do Fundesa, realizada na manhã desta quinta-feira em Porto Alegre, foi definida a retomada das atividades do Comitê Estadual de Sanidade Suína. O grupo foi criado em 1997 e estava parado há algum tempo. A reativação do comitê foi demanda levantada durante auditoria do Ministério da Agricultura realizada no final do ano passado. Entre as atribuições do grupo estão auxiliar na divulgação de campanhas de educação sanitária, acompanhar o desenvolvimento de atividades técnicas e contribuir para a elaboração e implementação de programas de sanidade.
O professor David Barcellos, da Faculdade de Veterinária do Rio Grande do Sul foi eleito coordenador do Comitê. Já a auditora fiscal federal agropecuária Rafaela Coqueiro de Sá, do Mapa, a vice-coordenadora e a coordenadora do Programa de Sanidade Suídea da Secretaria da Agricultura, Juliane Webster Galvani, será a secretária geral. A primeira reunião do comitê deve ser realizada nos próximos dias.
Para Barcellos, um dos principais assuntos a ser debatido é a ocorrência de enfermidades como Síndrome Respiratória Reprodutiva Suína (PRRS) e Diarreia Suína Epidêmica (PED). As duas doenças ainda não foram registradas no Brasil, “mas estão aqui do lado, no Uruguai”, alertou o coordenador. Segundo ele, a PRRS tem potencial para causar prejuízo de quase R$ 1 bilhão por ano no Brasil, diante do tamanho da suinocultura brasileira. “Trabalhar com conscientização do produtor, para que encare medidas de biosseguridade com muita responsabilidade é fundamental para evitar a entrada das doenças, bem com como ter planos de emergência fortemente consolidados para uma atuação rápida do Serviço Veterinário Oficial”, completa.
O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, afirma que o Conselho Técnico Operacional da Suinocultura (CTOS) vem trabalhando constantemente na divulgação de medidas de biosseguridade. “Temos, o comitê e o CTOS, que continuar na prevenção e no fortalecimento das estruturas de controle do Serviço Veterinário Oficial, com orientações claras pra o enfrentamento de uma eventual ocorrência das doenças”.
De olho nos dejetos
Com a ocorrência e disseminação da Peste Suína Africana em vários países, o Serviço Veterinário Oficial no Rio Grande do Sul está trabalhando para manter o estado livre da doença. O último caso registrado no país, no final dos anos 1970, aconteceu pelo consumo – pelos suínos – de restos de alimentos de voos provenientes de áreas contaminadas. Por isso, o Ministério da Agricultura está verificando se o descarte destes alimentos está sendo feito da forma correta e se os produtos estão recebendo um tratamento prévio. Já a Secretaria da Agricultura emitiu esta semana uma Ordem de Serviço para que mais de 400 aterros e lixões sejam verificados para a detecção da presença de animais se alimentando. Em caso positivo, existem medidas a serem tomadas, como o imediato recolhimento dos animais e destinação para o abate sanitário.