O presidente Michel Temer está “indignado e abalado” com o indiciamento no inquérito que apura o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A na edição do chamado Decreto dos Portos. A afirmação é do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun: “O presidente ficou muito indignado e abalado. Esta é a realidade”.
Após solenidade ocorrida na tarde de hoje no Palácio do Planalto, os jornalistas pediram uma palavra do presidente, mas ele não parou para responder. Disse apenas que se pretende se pronunciar amanhã, sem dar mais detalhes.
Temer e mais dez pessoas, incluindo a filha Maristela, foram indiciados pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Marun criticou o indiciamento do presidente em um processo, segundo ele, sem provas.
O ministro disse ainda que indiciar parentes é uma “prática nefasta”. Para Marun, indicia-se parentes para “abalar o ânimo de quem se quer atingir”.
Os indiciamentos aparecem no relatório final da investigação da Polícia Federal entregue ontem ao relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso. Após receber o documento, Barroso pediu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que em até 15 dias deve se manifestar.
O inquérito trata do suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A, concessionária do Porto de Santos (SP), por meio de um decreto assinado por Temer em maio do ano passado.
O presidente sempre negou todas as acusações. No início do ano, ao responder por escrito a questionamentos dos delegados responsáveis pelo caso, a defesa de Temer declarou que empresários do setor portuário nunca o procuraram para tratar da edição do decreto.