Integrantes do Conselho Consultivo para notícias falsas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizaram hoje uma reunião à distância com representantes da plataforma de troca de mensagens WhatsApp. O objetivo era discutir formas de garantir o alcance de respostas diante da divulgação de notícias falsas dentro da rede social.
Integrantes do colegiado manifestaram receios, sobretudo, devido a mensagens e vídeos que põem em dúvida a lisura do processo eleitoral e apontando supostas fraudes nas urnas. Uma das preocupações, manifestadas por integrantes do órgão após o encontro, é como encontrar meios para garantir que desmentidos e direitos de resposta alcancem, no WhatsApp, usuários atingidos pelas mensagens iniciais, prática mais comum em redes como Facebook e Twitter.
Segundo o vice-procurador eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, na videoconferência de hoje o WhatsApp se propôs a disponibilizar ferramentas ao TSE já adotadas por agências de checagem de conteúdo enganoso e fabricado. Mas o vice-procurador não detalhou que sistemas poderão ser aplicados e qual a serventia deles.
De acordo com Jacques de Medeiros, os representantes da plataforma relataram encontrar “dificuldades” para aplicar a metodologia de outras redes sociais, como mecanismos de checagem de fatos (como no Facebook e no Google) e possibilidades de veiculação de direito de resposta aos mesmos usuários alcançados pelas fake news.
A ONG Safernet, uma das participantes do conselho consultivo do TSE, apresentou um documento à parte com propostas ao WhatsApp. Entre elas estão a redução da possibilidade de encaminhamento de mensagens para até cinco destinatários (como adotado na Índia) e a limitação da possibilidade de criação de grupos e de participação neles por um mesmo usuário.
A organização também defendeu que o WhatsApp adote sistemas de verificação de conteúdos e de indicação daquelas mensagens atestadas como falsas por agências de checagem, estabelecendo limitadores para o compartilhamento em massa.
Amanhã, a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, deve se reunir com representantes da duas candidaturas à Presidência da República, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), para discutir o problema das notícias falsas no pleito eleitoral.