O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul confirmou que está marcada para 7 de novembro a audiência que deve determinar o local do júri envolvendo os réus do caso da morte do menino Bernardo Boldrini. A juíza Sucilene Engler Werle, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de Três Passos, solicitou que a realização do julgamento popular ocorra em Porto Alegre e não em Três Passos, onde o menino vivia. O pedido vai ser analisado pela 1ª Câmara Criminal, com relatoria do desembargador Sylvio Baptista Neto.
Conforme a juíza, o ambiente em Três Passos não propicia a neutralidade necessária para a condução do tribunal do júri, tendo em vista a ligação de eventuais jurados com os réus ou com a família da vítima. Além disso, a comarca de Três Passos também não dispõe de estrutura e espaço suficientes para receber um julgamento dessa magnitude. O pedido para transferência do júri chegou ainda em junho.
Ainda no dia ontem, a ação penal passou a incluir uma nota de expediente negando o pedido de revogação da prisão preventiva do réu Evandro Wirganovickz. Conforme a decisão da Justiça, “o pedido da defesa não apresenta fundamentos para concessão da liberdade provisória, uma vez que nada de novo aportou aos autos para justificar alteração da decisão supra citada”. Os advogados do réu sustentaram que Evandro não teve participação direta na morte e não oferece risco à ordem pública se posto em liberdade.
O caso teve arroladas 24 testemunhas pelas defesas dos quatro acusados e cinco pelo MP, responsável pela acusação. O pai do menino Bernardo, Leandro Boldrini, teve negado pedido para cisão processual (para ser julgado em separado dos demais réus). A madrasta de Bernardo, Gracieli Ugulini, acusada de ter aplicado as doses de tranquilizante que causaram a morte de Bernado, também teve pedido de prisão domiciliar negado em março deste ano.
Relembre o caso
Bernardo Boldrini, na época com 11 anos, desapareceu em 4 de abril de 2014, no Norte gaúcho. Ele teve o corpo encontrado dez dias depois, dentro de um saco plástico e enterrado em uma cova vertical, às margens de um rio em Frederico Westphalen, na mesma região.
Respondem pelo caso o médio Leandro Boldrini, pai de Bernardo, que responde pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica; a madrasta dele, Graciele Ugulini, acusada de homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver; e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz, ambos processados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.