A Rádio Guaíba ouviu, na manhã desta quinta-feira, o professor André Borges de Carvalho, sobre a polarização política no país. Conforme ele, “a grande rejeição ao PT e aos partidos em geral reside na frustração dos eleitores pelo não cumprimento de promessas feitas à população”. Além disso, afirmou que Bolsonaro está à frente em todas as pesquisas pelo fato de se posicionar contrário ao sistema político brasileiro: “ele está na frente por fazer um discurso contra os partidos, contra os políticos tradicionais, contra a corrupção”, ponderou.
Também comentou sobre as mudanças de postura de ambos os candidatos para um papel mais ponderado: “para vencer no segundo turno, os candidatos precisam do apoio de quem não votou neles no primeiro turno, que é um público menos radical. Isso é difícil sendo inflexível, e inclusive Bolsonaro já está mais maleável. PT também vai mais ao centro, inclusive conversando com os tucanos e tirando o vermelho das imagens de campanha”.
Questionado sobre a renovação parcial no Congresso, garantiu que ainda é cedo e que não analisou dados efetivos, mas entende que “na disputa ao Senado a renovação ocorreu, isso foi bastante claro. O caso do Beto Richa e Eunício Oliveira são exemplos disso”, ponderou. Também ressaltou que a corrida ao Senado é majoritária, o que permite a propaganda negativa por parte dos adversários: “os nomes novos fizeram campanha negativa contra os que têm mandatos, o que não ocorre nas proporcionais. Isso também pode explicar o fato de haver menor renovação nos parlamentos.
Sobre o pleito em segundo turno, recordou que as pesquisas recentes dão conta da vitória de Bolsonaro, mas que o resultado ainda está em aberto e que, em 2014, Dilma reverteu a vantagem inicial de Aécio Neves. “Apesar de achar que Bolsonaro é favorito, não se pode descartar alteração desse quadro, porque isso já aconteceu”, disse o docente. Também ressaltou que o segundo turno será vencido por quem tiver a menor rejeição, análise esta embasada sobre resultados anteriores.
Sobre uma eventual governabilidade, informou que ambos os candidatos terão de fazer malabarismos para conseguir os números mínimos de votos para aprovação de projetos nas casas legislativas brasileiras.