Tendência do MDB é liberar filiados no segundo turno, antecipa Marun

Martelo, no entanto, não está batido

Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun | Foto: Wilson Dias / Agência Brasil / CP Memória

O presidente Michel Temer reuniu hoje, no Palácio do Planalto, alguns dos ministros filiados ao MDB e uma das pautas era o apoio a Fernando Haddad (PT) ou Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições. Estiveram no encontro, até o início da noite, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.

Marun estima que a tendência seja liberar os filiados e diretórios regionais para apoiarem quem quiserem. “Sinto que o pensamento da maioria dos parlamentares é de compreensão em relação à posição daqueles que, dentro da bancada, divergem. Existe divergência, mas existe uma compreensão em relação a isso e penso que o caminho seja a liberação do partido”.

O ministro chegou a essa conclusão após conversar com a bancada do partido na Câmara e consultar outros colegas da legenda. O martelo, no entanto, não está batido. Após conversar com os jornalistas, o ministro voltou para conversar com Temer e o presidente nacional do MDB, o senador Romero Jucá, era esperado para se juntar a eles na reunião.

Pauta legislativa
Ele também se mostrou frustrado com a atividade morna no Congresso esta semana. O governo precisa ver aprovada a Medida Provisória (MP) 840, que criou 164 cargos destinados ao Ministério da Segurança Pública. A MP criou cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS) para atender a necessidades da área de segurança pública do governo. A MP perde a vigência no dia 17 de outubro.

Afastamento da política
Marun afirmou que vai deixar a política por um tempo após o fim do mandato como deputado federal, em 1º de fevereiro. Ele disse que quer dedicar mais tempo à família e à profissão de advogado. “A minha intenção é me afastar pelo menos por um tempo da política e me dedicar à minha profissão de advogado. E me dedicar também à minha família que, nos últimos tempos, tem sabido de mim mais pelos jornais do que no tête à tête”.

O ministro não sabe quanto tempo vai ficar fora de mandatos políticos e cargos do Executivo, apenas disse que espera não sentir falta do universo no qual viveu por muitos anos. “Muita gente diz que a política é como uma cachaça, é como um vício. Eu espero não estar viciado, que eu só goste. Que eu não esteja viciado a ponto não conseguir viver fora da política com felicidade”.