Jovem desiste de representar criminalmente contra ataque que sofreu na Cidade Baixa

Delegado reiterou, agora à noite, que o símbolo gravado na vítima com um canivete é de cunho budista, sem nenhum vínculo com a suástica do regime nazista alemão

Foto: Reprodução

Está suspensa a investigação do caso de agressão a uma jovem, de 19 anos, que teve uma suástica desenhada a canivete no corpo, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Conforme o delegado Paulo César Jardim, titular da 1ª Delegacia de Polícia da Capital, a vítima não quis representar criminalmente.

“No final do depoimento dela, que ela contou com detalhes esse ataque homofóbico, ela disse que não tinha interesse em representar criminalmente. Dessa forma, nós temos que respeitar o interesse e a vontade da vítima”, disse Jardim. O caso fica suspenso até que a jovem se manifeste, em prazo de até seis meses.

O delegado reiterou, agora à noite, que o símbolo gravado na vítima com um canivete é de cunho budista, sem nenhum vínculo com a suástica do regime nazista alemão. “Qualquer pessoa com mediana inteligência que abrir o Google vai ver. É só olhar. Não é uma informação minha. É uma informação universal”, disse o delegado, que é especialista em investigar crimes de ódio ligados a células neonazistas no Rio Grande do Sul.

“Eu tenho que ficar no dado concreto. O dado concreto e objetivo é o quê? Eu tenho um símbolo que não é nazista. É um símbolo budista. É milenar. Aquele símbolo existe há muitos anos, antes mesmo de Hitler nascer”, reiterou Jardim.

A estudante não quis se manifestar. A reportagem entrou em contato com uma amiga da vítima, que relatou que a jovem decidiu por não representar criminalmente nesse momento por estar “atordoada” e “com a cabeça confusa”.