Em Porto Alegre, Boulos critica ‘interferência de Moro no processo eleitoral”

Candidato do PSol também repudiou declarações do presidente do Supremo, Dias Toffoli

Foto: Divulgação/PSol

O candidato à Presidência da República Guilherme Boulos (PSol) questionou, na tarde de hoje, a isonomia do juiz federal Sérgio Moro, que levantou, a seis dias da eleições, parte do sigilo da delação do ex-ministro dos governo Lula e Dilma, Antonio Palocci. Ao cumprir agenda em Porto Alegre, Boulous reforçou que cabe ao eleitor e não ao poder Judiciário ditar os rumos do processo eleitoral.

“Eu acho que o Judiciário tem que ter isenção. Nós somos a favor de que o Judiciário julgue e puna a corrupção. Agora, tem que fazer isso sem partidarizar e tem que fazer isso também olhando seu próprio quintal. Porque não pode acontecer de o Judiciário se colocar como moralizador da sociedade, sendo que ele próprio está com seu quintal sujo”, disse.

Em delação, Palloci afirmou que Lula esteve em reunião que acertou propina na Petrobras. O Ministério Público Federal (MPF), porém, recusou a delação do ex-ministro ao alegar falta de provas.

Boulos salientou que parte dos magistrados segue recebendo auxílio moradia, mesmo tendo casa própria. E emendou que alguns juízes conseguem aposentadoria com salários integrais após terem sido flagrados em esquemas de venda de sentença.

O candidato do PSol também lamentou a manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, que tornou pública a preferência de chamar de “Movimento de 1964” o regime ditatorial, em vez de Ditadura Militar.

“É inaceitável. O que aconteceu em 1964 foi um golpe. Não adianta querer mudar um nome. É lamentável que o presidente da Suprema Corte se coloque relativizando o golpe. Daqui a pouco ele estará chamando tortura de pressão psicológica também. É inaceitável e isso é resultado da cultura do ódio que Jair Bolsonaro (candidato a presidente pelo PSL) está querendo impor ao País”, concluiu.