Crescem uso de próteses e taxa de mortalidade por Aids de idosos no RS

Diagnóstico mostra que total de idosos na população gaúcha cresceu cinco pontos percentuais entre 2001 e 2015

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A perspectiva é que em 2060 para cada cem moradores do Rio Grande do Sul com menos de 15 anos haja 207 pessoas com 65 anos ou mais. Foto: André Ávila / CP Memória

Cresceu o número de pessoas idosas que receberam órteses, próteses e materiais especiais de 2010 a 2013, passando de 2.691 para 5.411. Em 2014, houve decréscimo no número de casos, de 5.343 para 4.355 em 2015. Esse é um dos dados do diagnóstico do Rio Grande do Sul, apresentado no Palácio da Justiça, hoje, durante audiência pública para marcar a passagem do Dia Internacional da Pessoa Idosa. Também houve tendência de aumento da taxa de mortalidade de pessoas idosas no Rio Grande do Sul por HIV/Aids.

Outro dado do trabalho: no rendimento médio mensal de idosos ocupados no setor formal, o ganho dos homens ainda supera o das mulheres, embora com diferença menor. Em 2007, os homens idosos recebiam R$ 3.321, valor R$ 724 superior ao das mulheres na mesma faixa etária. Já em 2016, os homens idosos recebiam R$ 3.719, superando o rendimento das mulheres idosas em R$ 525.

HIV

Na questão do HIV, a incidência aumentou entre a população de 70 a 79 anos, passando de 2,8 em 2001 para 7,4 por 100 mil habitantes em 2015. Nas pessoas idosas de 60 a 69 anos, a taxa passou de 8 para 9,9 por 100 mil no mesmo período, enquanto que para aqueles com idade de 80 anos ou mais, evoluiu de 2,2 para 2,5 por 100 mil.

A audiência “Garantias dos Direitos da Pessoa Idosa: Estratégias, Políticas e Práticas” resultou de ação conjunta da Corregedoria Geral da Justiça e do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania, da secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos. O diagnóstico incluiu pessoas a partir de 60 anos, buscando dar suporte às ações e metas do Plano Decenal dos Direitos Humanos de Pessoas Idosas do Estado, a fim de fortalecer atividades de defesa e promoção dos direitos dessa população.

Referências e fontes, como o IBGE e o Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso foram utilizadas no estudo, com participação de pesquisadores da extinta Fundação de Economia e Estatística (FEE), hoje na Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão.

O processo de envelhecimento da população gaúcha ficou evidente. Em 2001, 1.105.807 pessoas possuíam 60 anos ou mais, ou 10,7% da população; em 2015, esse número saltou para 1.762.169, ou 15,7% do total de habitantes.

A variação representou um acréscimo de 656 mil pessoas nessa faixa etária. Com isso, o contingente de pessoas idosas aumentou 59% no período analisado. O IBGE estima que em 2030 o incremento chegue a 1 milhão de idosos no Rio Grande do Sul em relação a 2015.

Cerca de metade dos idosos de 60 a 64 anos são economicamente ativos; índice que cai para aproximadamente 40% entre aqueles com 65 e 69, e em torno de 25% entre aqueles com 70 a 74. Em 2015 cerca de 80% da população idosa tinha domicílio em áreas urbanas e 20% no meio rural. Residiam em domicílio próprio 92,1%.