Consórcio Cais Mauá troca de presidente com obras ainda paralisadas na Capital

Processo de concessão do espaço remonta a 2010, quando governo estadual divulgou empresa vencedora

Foto: Ananda Müller/Rádio Guaíba

O Consórcio Cais Mauá, que venceu ainda em 2010 a licitação para explorar a região do Cais Mauá por 25 anos, passou a ter novo presidente a partir de hoje. Vicente Criscio deixa o cargo, que fica com Eduardo Luzardo da Silva. A troca ocorre após mais uma sequência de atrasos no começo das obras, uma vez que havia previsão de divulgação da empresa vencedora para executar a primeira fase dos trabalhos ainda no começo de agosto.

O consórcio Cais Mauá teve aprovado o direito de concessão de 25 anos, renováveis pelo mesmo período, a contar de 2010, data em que venceu a licitação. Conforme nota encaminhada pela nova assessoria de imprensa da direção, um “diagnóstico de gestão e necessidades do Cais” está pronto e, a partir disso, a criação de “um novo modelo de governança, com a reformulação do Conselho de Administração” vai ser uma das primeiras iniciativas a serem tomadas pela nova administração.

Luzardo é gaúcho, formado em administração de empresas, com mestrado em administração e especialização em finanças. Já atuou em empresas como Petróleo Ipiranga e dirigiu o Sebrae/RS e a Casa Rural da Farsul.

Até a troca de direção, eram previstos mais de 3,2 km de extensão modificada e 180 mil metros quadrados de obras, segundo o consórcio.

O processo de concessão do espaço remonta a 2010, quando o governo estadual divulgou a empresa vencedora. Na prática, ela iniciou os trabalhos em 2012, e apenas no fim de 2017 obteve as licenças necessárias para iniciar a revitalização. Nesses oito anos, os porto-alegrenses não começaram a ver, efetivamente, as mudanças prometidas para a região.

A obra foi dividida em três fases: armazéns, “open mall” e docas. A fase atual é a de armazéns, e compreende o restauro de 11 prédios localizados em toda a extensão da avenida Mauá, desde o Gasômetro até as proximidades do Mercado Público. Nessa etapa serão refeitas obras estruturais (paredes, estruturas metálicas e telhados) e também de infraestrutura (água, esgoto, luz, internet). A licitação em processo final prevê apenas as obras de estrutura.

Desde 4 de março até agora, data do pontapé inicial das obras, o consórcio executou trabalhos de remediação ambiental, que compreenderam a retirada de mais de 300 metros cúbicos de resíduos da região. Essa etapa é fundamental para que se descontamine o solo de uma região que, por décadas, foi utilizada como porto e concentra grande número de substâncias tóxicas. Agora, o resultado das análises dos materiais recolhidos vai ser encaminhado através de relatório para a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a quem cabe dar aval à continuidade das obras estruturais, sem prazo exato de início.