CDL de Uruguaiana entende fala de Mourão como coerente

Em nota emitida, a entidade afirmou que o vídeo da palestra foi tirado de contexto

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uruguaiana emitiu nota, na tarde desta sexta-feira, sobre a declaração do candidato a vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB) sobre o 13º salário, feita em encontro na entidade na última terça-feira. Assinado pela presidente da entidade, Luciane da Cunha Lopes, o texto ressalta que “a palestra proferida pelo candidato foi coerente no que diz respeito à atual realidade política, econômica e social do Brasil.”

Conforme a CDL, o general destacou “a necessidade de retomar o crescimento econômico do Brasil através de incentivos ao micro e pequeno empresário e a implementação de uma política externa comercial que expanda as exportações do setor industrial para o mercado internacional, gerando com isso mais empregos.” O entendimento da entidade é de que o trecho da fala de Mourão que vem circulando na imprensa “foi extraído de forma irresponsável de um contexto mais amplo e que se fosse divulgado na íntegra certamente seria facilmente compreendido”, defende o texto.

No vídeo em questão, o candidato critica o 13º salário e o abono salarial de férias durante a palestra com os lojistas de Uruguaiana. “Temos algumas jabuticabas que a gente sabe que é uma mochila nas costas de todo empresário brasileiro. Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Se a gente arrecada doze, como pagamos treze? É complicado”, afirmou Mourão. “O Brasil é o único lugar que a gente, quando entra em férias, ganha mais”, emenda, ao comentar sobre o abono salarial que concede, ao trabalhador, um terço do salário quando ele entra em férias. “São coisas nossas, essa legislação sempre dita social, mas com o chapéu dos outros, não o do governo”, finalizou.

As declarações não agradaram o candidato a presidente, Jair Bolsonaro (PSL). No Twitter, ele afirmou que “o 13° salário do trabalhador está previsto no art. 7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição). Criticá-lo, além de uma ofensa à quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição.”