A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) iniciou nesta sexta-feira, em um hotel da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a 5ª Rodada de Licitações de Partilha da Produção de petróleo em áreas do pré-sal. Serão oferecidos quatro blocos de exploração e produção nas bacias de Campos e Santos: Saturno, Titã, Pau-Brasil e Sudoeste de Tartaruga Verde. A área de Tartaruga Verde foi a única pela qual a Petrobras manifestou ao Ministério de Minas e Energia interesse de preferência, o que significa que, pelas regras do pré-sal, caso a estatal brasileira não consiga arrematar esse bloco, poderá se consorciar às empresas vencedoras e obter uma participação de 30% como operadora da exploração de petróleo.
Caso todos os quatro blocos venham a ser arrematados pela iniciativa pública, o governo federal arrecadará em bônus de assinatura R$ 6,8 bilhões.
ANP está otimista
Pouco antes do início do leilão, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, falou da expectativa sobre a rodada desta sexta-feira. “A expectativa é muito boa, eu espero que o leilão seja bem-sucedido, estamos leiloando áreas do pré-sal que são bem interessantes. Eu acredito que todas as quatro áreas serão arrematadas”.
A avaliação de Oddone é de que as áreas que deverão ser alvo da maior disputa são Saturno e Titã, as mais atraentes. Ao todo 12 empresas foram habilitadas a participar da rodada desta sexta-feira:
– Chevron Brazil Ventures LLC – Estados Unidos
– Cnooc Petroleum Brasil Ltda. – China
– Ecopetrol S.A – Colômbia
– Equinor Brasil Energia Ltda. – Noruega
– ExxonMobil Brasil – Estados Unidos
– Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) – Brasil
– BP Energy do Brasil Ltda. – Reino Unido
– Cnodc Brasil Petróleo e Gás Ltda. – China
– DEA Deutsche Erdoel AG – Alemanha
– QPI Brasil Petróleo Ltda. – Catar
– Shell Brasil Petróleo Ltda. – Reino Unido
– Total E&P do Brasil Ltda. – França
Ainda segundo a ANP, apenas a petroleira alemã DEA Deutsche Erdoel AG ainda não possui contrato para exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil. Protestos do lado de fora do hotel, manifestantes protestam contra a realização do leilão. Um grupo das organizações não governamentais 350.org e Coesus encheu um balão com o formato do mapa do Brasil e levou fotos de desastres ambientais provocados por acidentes envolvendo a produção de petróleo.
O coordenador de engajamento e comunidades das ONGs, Ilan Zugman, disse que investir em combustíveis fósseis aumenta a emissão de gases do efeito estufa e dificulta a meta de impedir que o planeta aqueça mais de 1,5 graus celsius. “A gente não é contra o progresso, a gente não é contra o desenvolvimento. Já estão disponíveis as energias solar e eólica e elas estão ficando cada dia mais baratas e gerando tantos empregos quanto os combustíveis fósseis”, disse ele. “O governo brasileiro prefere investir em uma energia do passado e que causa impacto para a saúde e o meio ambiente”, finalizou.