Dez escorpiões amarelos foram retirados, hoje, de uma agência do Banrisul localizada no bairro Anchieta, junto à Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa). Agentes da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde fizeram a vistoria e concluíram que havia “perigo iminente a funcionários e clientes”, conforme a bióloga Fabiana Ninov, técnica responsável pela ação.
Uma solicitação encaminhada pelo telefone 156 (Fala Porto Alegre), da prefeitura, motivou a inspeção. Durante o trabalho, a equipe aproveitou para orientar o público no sentido de explicar os hábitos do animal e os cuidados que devem ser adotados tanto ao avistar o escorpião quanto em caso de acidentes (picada). Uma das orientações é manter os ambientes limpos, eliminando entulhos, baratas e lixo.
A bióloga explica que o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) é uma espécie que não precisa de acasalamento para se reproduzir. Só existem fêmeas, e todo indivíduo adulto pode parir, o que facilita a dispersão. “Cada fêmea pode ter 160 filhotes ao longo da vida, com, em média, dois partos por ano, cada um com aproximadamente 20 filhotes”, detalha Fabiana. O escorpião amarelo costuma se movimentar mais à noite, atrás de alimentos, como baratas, por exemplo.
Em caso de visualização do animal, o procedimento indicado é ligar para o fone 156, informando um número de telefone de contato. Não é indicado capturar o escorpião nem utilizar inseticidas – que podem tornar o animal mais perigoso. Em caso de picada, a indicação é levar a vítima o mais rápido possível ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre, onde há profissionais capacitados para o atendimento e aplicação do soro antiescorpiônico.
Em Porto Alegre, a primeira visualização de escorpião amarelo ocorreu em 2001, na Ceasa, considerada porta de entrada para o animal na cidade, a partir de caminhões com hortifrutigranjeiros vindos da região Sudeste. De lá pra cá, os escorpiões amarelos adaptaram-se à cidade, onde se tornaram “praga urbana“. Só em 2018, passa de 50 o número de notificações da presença do aracnídeo. O clima permanentemente úmido da cidade e a ausência de predadores naturais contribuem para a reprodução do animal.