Após dez meses de tratativas, a Prefeitura de Porto Alegre encaminhou à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) a aprovação do projeto legal que possibilita o início dos processos licitatórios para a reforma do prédio onde funcionou, até o ano passado, a ocupação Lanceiros Negros, no Centro de Porto Alegre. O prédio histórico pertence ao governo estadual, mas dependia do município a autorização para as reformas, já que o edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico (Iphan) da Capital. A estimativa da EGR é lançar a primeira licitação, referente aos projetos arquitetônicos, de elétrica e hidráulica, ainda em 2018.
Depois dessa etapa, que se destina exclusivamente a viabilizar e prever eventuais obras, a EGR pode lançar os certames a fim de buscar empresas interessadas em executar as obras. Esse passo, entretanto, segue sem prazo para ser tirado do papel. Os valores para os diferentes editais ainda estão em aberto, mas a EGR ressalta que os recursos são próprios, ou seja, virão dos valores cobrados nos pedágios operados pela empresa.
O prédio fica na esquina das ruas Andrade Neves e General Câmara e ficou vazio por cerca de 10 anos até ser ocupado pelo movimento Lanceiros Negros, em novembro de 2015. O grupo permaneceu no local até junho de 2017, quando uma reintegração de posse violenta atropelou militantes em defesa da ocupação. Um deputado chegou a ser preso por tentar dialogar com os PMs e com os oficiais de Justiça. A operação levou as autoridades de Segurança a repensar as estratégias em situações do tipo.
À época da reintegração, o Estado afirmou estar retomando a posse de imóveis irregularmente ocupados para aproveitamento ao serviço público estadual, e prometeu R$ 3 milhões para a reforma, naquele momento. Hoje, o prédio segue fechado.