Integrantes do Conselho Municipal de Saúde, do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (SIMPA) e da Associação de Servidores do Hospital de Pronto Socorro (ASHPS), constataram, em visita à casa de saúde, a presença de bactérias multirresistentes nas dependências da UTI. A visitação se deu ainda na terça, após uma série de denúncias encaminhadas pelos servidores acerca das condições precárias da instituição. Conforme texto publicado pelo Conselho, há presença de bactérias dos tipos Acinetobacter e KPC nas UTIs de dois andares, onde estão 80% dos pacientes internados em estado mais grave.
Além disso, servidores denunciaram “dificuldade na prestação de serviço de hemodiálise aos pacientes internados, falta de recursos humanos no atendimento da emergência e elevadores estragados”, conforme o relatório. Na visita, foram constatadas a falta de recursos humanos, inadequações no isolamento de emergências e enfermarias, falta de insumos e irregularidades com terceirizada fornecedora do serviço de hemodiálise. Dos cinco elevadores, havia quatro inoperantes.
A partir disso, o Conselho acionou reunião de emergência com a Secretária Municipal de Saúde, a fim de discutir a situação. A Secretaria admitiu que teve “problemas no encaminhamento do termo aditivo ao contrato com o prestador” do serviço de hemodiálise, mas que a solução do problema era prevista para o mesmo dia. Sobre a questão da contaminação das UTIs, a SMS garantiu que “a comissão de controle de infecção hospitalar do HPS apresentou ao gabinete do secretário uma recomendação relacionando procedimentos” a serem avaliados e colocados em prática.
Sobre a superlotação, a prefeitura informou que estuda o remanejo de pacientes para outros hospitais que atendam pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como o Santa Ana e o hospital Restinga. A contratação de mais funcionários também está descartada, sob argumentação de problemas financeiros do município. Entretanto, um “remanejo de pessoal” é uma alternativa em estudo.
Um novo encontro vai ser agendado, também, com o Ministério Público Estadual (MPE), órgão junto ao qual já tramita processo e um possível Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a prefeitura acerca da situação do HPS, mas que ainda não saiu do papel.