O Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias foi realizado na manhã deste domingo, na Praia da Guarita, em Torres. A atividade deste ano marcou a 5ª edição do evento na praia gaúcha e foi organizada pelo Projeto Praia Limpa Torres (Associação dos Surfistas de Torres) e pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (Gemars), em parceria com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). O Greenpeace de Porto Alegre também marcou presença no evento.
O Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias acontece anualmente em mais de 100 países e representa hoje o maior evento voluntário voltado à conservação marinha no mundo. Após o abraço simbólico da Praia da Guarita, em torno da imagem esculpida na areia pelo artista local Paulo França, os cerca de 100 voluntários recolheram e classificaram 5.173 itens, totalizando 49,2 quilos de lixo em um trecho de cerca de 400 metros da Praia da Guarita e de Itapeva.
Os cinco itens mais encontrados foram pedaços de plástico (1.489), bitucas de cigarro (1.020), embalagens de alimento (608), pedaços de vidro (279) e canudinhos (218). Os principais itens coletados esse ano são muito semelhantes aos encontrados nas edições anteriores.
As fontes de poluição apresentam um padrão que pode e precisa ser revertido. “A ideia do evento não é simplesmente limpar as praias e rios, mas despertar a atenção das pessoas para esse crescente problema mundial e incentivá-las a buscar soluções em nível local”, destaca o professor da Universidade Estadual do RS e presidente do Gemars, Paulo Henrique Ott.
Segundo Alexis Sanson, coordenador do Projeto Praia Limpa Torres, o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias já é uma marca registrada do município de Torres. “Queremos agora avançar em ações concretas de redução do uso de plástico em nossas praias, incluindo o próprio município”, ressalta Alexis.
O evento desse ano foi marcado pela proposta de impacto zero na geração de resíduo. Para tanto, foram utilizadas garrafas plásticas de 10 litros no lugar de sacos de lixo para coleta dos materiais e luvas de algodão em substituição às luvas de látex. Foi ainda solicitado que os participantes levassem sua própria caneca para o consumo de água, sendo que copos de papel também estavam disponíveis. “Queremos que o evento cada vez mais esteja de acordo com a mensagem que estamos querendo passar”, enfatiza Ott.
Os dados coletados pelos voluntários serão integrados às estatísticas mundiais compiladas pela Ocean Conservancy. “Porém, mais do que isso, queremos que as pessoas reflitam sobre seus padrões de consumo para diminuir o impacto sobre o meio ambiente”, observa a professora Daiana Maffessoni, coordenadora do projeto pela Uergs. O evento desse ano foi ainda dedicado ao fotógrafo Rodrigo Baleia, um grande parceiro do evento que faleceu no início de 2018.