Júri de Alemão Caio já se estende há mais de seis horas em Torres

Essa é a sexta tentativa de levar o caso a um veredito final

Foto: Reprodução/Twitter/TJRS

O julgamento do empresário Carlos Flores Chaves Barcellos já se estende há mais de seis horas na Comarca de Torres, no litoral Norte. Conhecido como Alemão Caio, o ex-surfista é acusado de matar a facadas, em 2011, José Augusto Bezerra de Medeiros Neto, o Zeca Bezerra, então namorado da ex-esposa dele, Ivanise Menezes. Caio também responde pela tentativa de homicídio dela, em frente ao filho do casal, e pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Essa é a sexta tentativa da Justiça de levar o caso a um veredito final. Se condenado, o empresário pode receber pena de até 30 anos em regime fechado.

A acusação sustenta que Caio nunca aceitou a separação e que só não matou Ivanise também porque a arma falhou. Já a defesa quer que o homicídio contra Zeca perca as qualificadoras (motivo torpe, meio cruel e emboscada), reduzindo a pena final, e que a tentativa de homicídio contra a ex, que levou uma facada na perna, seja considerada lesão corporal.

As testemunhas de defesa e acusação falaram pela manhã. Um policial militar que atendeu a ocorrência contou que, ao chegar ao local dos crimes, o filho do casal, então com 10 anos, o abraçou e pediu: “Prende o meu pai. Ele matou o Zeca”. Já um psiquiatra convocado pela defesa afirmou que Caio sofre de psicopatia. Outras testemunhas confirmaram que ele tinha perfil “competitivo” e não admitia “perder”. Com os argumentos, a defesa tenta convencer o júri que que, embora ele tenha matado Bezerra, de quem era conhecido e adversário em competições de surfe, não tinha a intenção de matar Ivanise.

O júri é presidido pela juíza Marilde Goldschmidt, que recebeu um pedido formal de desculpas de um dos advogados de defesa, Mateus Marques, pelo tempo que o processo demorou para ser julgado em função dos pedidos de prorrogação das defesas anteriores. Em seguida, o também defensor de Caio, Marçal Carvalho, pediu ao corpo de jurados que ele seja condenado “nos limites da lei” e “sem perfumaria”. Já o promotor Eugênio Paes Amorim representa o Ministério Público no papel de acusação.

Relembre

Em 12 de agosto, Alemão Caio passou a ser considerado foragido da Justiça após não ter sido localizado nos três endereços de Porto Alegre informados à Polícia Civil. No início do mês passado, ele não compareceu ao tribunal do júri, em Torres, alegando problemas de saúde. Com isso, a Justiça decretou a prisão preventiva do réu, que até então cumpria prisão domiciliar. Sete anos após o crime, em Torres, essa havia sido a quinta tentativa de levar o caso a julgamento. Ele acabou sendo localizado pela polícia em 22 de agosto, em um motel no bairro Azenha, em Porto Alegre.