Um dia após tornar público o apoio a Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal Luis Carlos Heinze, que concorre a senador pelo PP gaúcho, confirmou, hoje, que não vai utilizar os espaços da propaganda de rádio e TV para reforçar a campanha do candidato. Bolsonaro disputa o pleito contra a chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), que escolheu Ana Amélia Lemos (PP) como vice.
“Eu acho complicado colocar no meu espaço, que é um espaço da coligação, uma propaganda para o Bolsonaro. Inclusive, acho que nem pode”, afirmou Heinze, que participou hoje do programa Esfera Pública.
Em âmbitos federal e estadual, o PP se coligou com o PSDB. Para o Senado, a coligação também indicou Mario Bernd (PPS). Enquanto Luis Carlos Heinze dispõe de 70% do tempo destinado aos postulantes ao Senado, Bernd conta com 30%. Além disso, o PP aportou R$ 3 milhões para a campanha de Heinze. O candidato garante ter acessado apenas R$ 2 milhões.
Heinze x Ana Amélia
A disputa interna entre os progressistas gaúchos ganhou novo contorno, nesta quinta-feira, quando Luis Carlos classificou Ana Amélia Lemos como “muito independente”. Questionado sobre a postura dela dentro PP gaúcho, o deputado recordou: “Já na pré-convenção, eu fiz 83% dos votos, com ela trabalhando contra. Então, esta preocupação eu não tenho e superarei”, revela.
Heinze também voltou a lembrar do apoio dado por Ana Amélia à então candidata a prefeita de Porto Alegre Manuela D’Ávila (PCdoB), em 2012, para justificar, seis anos depois, a decisão de fazer campanha pró-Bolsonaro.
Mourão
Heinze também comentou a atuação do vice de Bolsonaro, General Mourão (PRTB). Segundo ele, o militar é um candidato bem preparado e deve ocupar os espaços do presidenciável em debates eleitorais, uma vez que Bolsonaro pode ficar internado até as eleições, em outubro.
“Bolsonaro está incapacitado, neste momento, e seguramente daqui até as eleições. Ele fez uma segunda cirurgia. Então, é um problema que tem que ser administrado para que o General Mourão venha a participar dos debates”, ponderou.
Na Justiça, o PRTB recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para colocar Mourão nos debates e entrevistas, enquanto Bolsonaro estiver hospitalizado, se recuperando da cirurgia feita após o ataque em Juiz de Fora, na semana passada.